Compreendendo a Imagem Corporal e Seus Impactos


Compreendendo a Imagem Corporal e Seus Impactos


Introdução

A imagem corporal é uma percepção complexa e dinâmica que varia em um espectro contínuo, do positivo ao negativo (1). A insatisfação com a própria imagem corporal, caracterizada pela percepção de uma discrepância entre a aparência real e a idealizada, está associada a diversos desfechos negativos para a saúde e o bem-estar (1). Reconhecer essas consequências sublinha a importância de promover ativamente uma imagem corporal positiva.


Imagem Corporal Negativa e Consequências para a Saúde

Indivíduos que experimentam uma imagem corporal negativa tendem a focar intensamente na diferença entre sua aparência atual e o que consideram um ideal estético (1). Essa insatisfação crescente eleva o risco de baixa autoestima, depressão e diminuição da qualidade de vida (1).

Adicionalmente, uma imagem corporal negativa contribui para a adoção de diversas estratégias alimentares desadaptativas, com potenciais consequências adversas à saúde a longo prazo. Essas estratégias incluem dietas restritivas, jejum, contagem obsessiva de calorias, bem como transtornos alimentares como bulimia e compulsão alimentar (1). A compreensão desses riscos ressalta a necessidade de fomentar uma imagem corporal positiva para otimizar a saúde e o bem-estar geral (1).


Teorias Explicativas da Imagem Corporal

Teoria da Objetificação

A teoria da objetificação postula que a representação “sexualizada” na sociedade cria uma cultura onde as mulheres são frequentemente percebidas como objetos para o prazer visual de terceiros (1). Essa exposição é sugerida como um fator que impulsiona as mulheres a um ciclo de auto-objetificação (1). A auto-objetificação refere-se à tendência de uma pessoa em adotar uma perspectiva de terceira pessoa sobre si mesma, preocupando-se com a forma como seu corpo é percebido pelos outros, o que resulta em um monitoramento constante da própria aparência corporal (1). É importante notar que essa teoria também se aplica aos homens (1).

Teoria da Comparação Social

A teoria da comparação social propõe que os indivíduos possuem uma inclinação natural a se comparar com outros como um meio de autoavaliação (1). Essa predisposição para a comparação é acentuada quando o indivíduo percebido para a comparação é considerado similar (1). Nesse contexto, as redes sociais atuam como um potente veículo que facilita essas comparações, especialmente no que tange à aparência. Observa-se que jovens adultos são particularmente suscetíveis à pressão de apresentar uma imagem idealizada online (1). Quando o desejo de se adequar a ideais sociais se combina com uma discrepância na autoavaliação pessoal, há um risco considerável de desenvolvimento de insatisfação corporal, o que, por sua vez, pode favorecer a adesão a hábitos alimentares prejudiciais (1).


O Papel das Redes Sociais na Imagem Corporal

O conteúdo presente nas redes sociais, como imagens de inspiração fitness com corpos magros idealizados e fotos de alimentos que evocam sentimentos específicos, frequentemente reforça a ideia de objetificação, contribuindo significativamente para a insatisfação com o próprio corpo (1). A exposição e o engajamento com imagens de “corpos ideais” estão diretamente associados a uma imagem corporal negativa, o que pode levar a escolhas alimentares desfavoráveis (1).

Diante disso, é crucial que os profissionais de saúde que atuam nas mídias sociais promovam ativamente a satisfação corporal (1). Isso pode ser alcançado ao focar na funcionalidade do corpo em vez de sua estética, incentivando autoavaliações mais positivas e representando a diversidade corporal, sem eleger um padrão estético específico (1).


Referências Bibliográficas

  1. ROUNSEFELL, K. et al. Social media, body image and food choices in healthy young adults: A mixed methods systematic review. Nutr Diet, v. 77, n. 1, p. 19-40, 2020.

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