Abordagem Clínica e Tratamento do Alcoolismo


Abordagem Clínica e Tratamento do Alcoolismo


A conduta clínica primordial no manejo do alcoolismo é a abstinência alcoólica total. O tratamento do alcoolismo envolve a gestão dos efeitos do consumo de álcool e a prevenção de recaídas.

Farmacologia e Efeitos do Acetaldeído

O acetaldeído, um metabólito do álcool, geralmente não causa efeitos notáveis no organismo em condições normais. No entanto, sua concentração pode aumentar significativamente em certas circunstâncias, levando a efeitos tóxicos (1). Essa elevação tóxica do acetaldeído ocorre tipicamente quando fármacos que inibem a aldeído desidrogenase, como o dissulfiram e o metronidazol, são administrados (1).

A ingestão de álcool concomitante ao uso desses medicamentos pode provocar uma reação aversiva extremamente desagradável, caracterizada por:

  • Ruborização;
  • Taquicardia;
  • Hiperventilação;
  • Considerável pânico e angústia; (1)

Terapia Medicamentosa para o Alcoolismo

A terapia medicamentosa visa apoiar a abstinência e gerenciar os sintomas de abstinência, bem como as recaídas.

  • Benzodiazepínicos de longa ação (ex: Clordiazepóxido): Podem ser utilizados para reduzir os sintomas da abstinência e o risco de convulsões (1). Contudo, seu uso deve ser reduzido gradualmente ao longo de 1 a 2 semanas e, posteriormente, descontinuado devido ao seu potencial de uso abusivo (1).
  • Dissulfiram: Empregado como adjuvante da terapia comportamental em pacientes alcoólatras, após a fase de desintoxicação (1). É contraindicado em pacientes com risco de hipotensão (1).
  • Acamprosato: Pode auxiliar na manutenção da abstinência (1). Sua administração deve ser iniciada assim que a abstinência for atingida, podendo ser mantida mesmo em caso de recaída, e geralmente é recomendado continuar por um período de até um ano (1).

Referências Bibliográficas

  1. RITTER, J. M. et al. Rang & Dale Farmacologia. 9. ed. Guanabara Koogan, 2020. 789 p.

Deixe um comentário0