Diretrizes de Ingestão de Nutrientes: EAR, AI, RDA e UL
Introdução
As recomendações nutricionais para a manutenção da saúde são fundamentadas em diretrizes de ingestão diária, estabelecidas por diversos países com base em extensas observações e estudos em indivíduos de ambos os sexos e em todas as faixas etárias (1). Essas diretrizes são ferramentas cruciais para profissionais de saúde avaliarem e planejarem a adequação dietética.
Definições das Diretrizes de Ingestão de Nutrientes
Quatro principais categorias são utilizadas para definir as recomendações de ingestão de nutrientes:
EAR – Necessidade Média Estimada (Estimated Average Requirement)
A Necessidade Média Estimada (EAR) representa o valor de ingestão diária de um nutriente que se estima ser suficiente para suprir as necessidades de metade dos indivíduos saudáveis de um grupo específico, considerando o mesmo gênero e estágio de vida (1). É um ponto de referência para avaliar a adequação da ingestão de nutrientes de populações e é utilizada como base para estabelecer a RDA.
AI – Ingestão Adequada (Adequate Intake)
A Ingestão Adequada (AI) é um valor estabelecido quando não há dados científicos suficientes para determinar a RDA (1). Pode ser considerada um valor preliminar ou provisório da RDA. A AI é baseada em observações ou experimentos que indicam um nível de ingestão que, supõe-se, mantém um estado nutricional adequado em um grupo de indivíduos saudáveis.
RDA – Ingestão Dietética Recomendada (Recommended Dietary Allowance)
A Ingestão Dietética Recomendada (RDA) é o nível de ingestão dietética diária que se considera suficiente para atender às necessidades de um nutriente de praticamente todos os indivíduos saudáveis (97-98%) de um determinado grupo, do mesmo gênero e estágio de vida (1). A RDA é calculada a partir da EAR e visa garantir que a grande maioria da população evite deficiências nutricionais.
UL – Limite Superior Tolerável (Tolerable Upper Intake Level)
O Limite Superior Tolerável (UL) representa o valor mais alto de ingestão diária contínua de um nutriente que, aparentemente, não oferece nenhum efeito adverso à saúde para quase todos os indivíduos em um determinado estágio de vida ou gênero (1). O UL é estabelecido para prevenir a toxicidade e os efeitos adversos que podem surgir de uma ingestão excessiva de nutrientes, especialmente aqueles provenientes de suplementos ou alimentos fortificados.
Referências Bibliográficas
- SILVA, S. M. C. S.; MURA, J. D. P. Tratado de alimentação, nutrição & dietoterapia. 3. ed. São Paulo: Editora Pitaya, 2016. 1308 p.