N-acetilcisteína (NAC): Um Aminoácido com Múltiplas Aplicações Clínicas
Introdução
A N-acetilcisteína (NAC) é a forma acetilada da cisteína, um aminoácido (3). Esta substância, presente naturalmente em vegetais como cebola e alho (3), tem ganhado destaque por seus potenciais efeitos terapêuticos em diversas condições de saúde, indo além de suas aplicações na endometriose.
Fisiologia e Fontes da NAC
A NAC é um derivado do aminoácido cisteína. Embora seja mais conhecida por sua forma suplementar, a NAC está naturalmente presente em alguns vegetais, como cebola e alho (3).
Indicações Clínicas e Evidências Terapêuticas
A versatilidade da NAC na prática clínica é atribuída às suas propriedades mucolíticas, antioxidantes e anti-inflamatórias.
Endometriose
Estudos têm demonstrado que a NAC pode efetivamente reduzir a inflamação e aliviar os sintomas da endometriose (2). Alimentos ricos em NAC, como cebola, alho, gérmen de trigo e brócolis, parecem capazes de controlar a proliferação celular e o estresse oxidativo em células endometrióticas (2, 3).
A suplementação de N-acetilcisteína demonstrou reduzir o tamanho do endometrioma, promovendo uma transição de um padrão proliferativo para um padrão de diferenciação, o que diminui a inflamação e a atividade “invasiva” das células (1). Um estudo específico com 1800 mg/dia de NAC, divididos em três doses de 600 mg, foi capaz de diminuir o diâmetro e o volume do endometrioma (1).
Pesquisadores também relataram que a NAC foi capaz de diminuir o tamanho do endometrioma, sendo útil no tratamento e na prevenção da recorrência dos sintomas (3). Um possível mecanismo para esse efeito é a diminuição sérica e peritoneal de TNF-α e da enzima COX-2 (3). A redução da expressão da COX-2, por sua vez, diminui a disponibilidade de estrogênio no tecido endometrial ectópico através da redução da PGE2, um potente estimulador da aromatase (3). Adicionalmente, um estudo observou que alimentos ricos em N-acetilcisteína foram capazes de regular a proliferação e a ativação de células de ERK1/2 nas células endometrióticas, reduzindo assim a produção de peróxido de hidrogênio pelo estresse oxidativo (1).
Referências Bibliográficas
- HALPERN, G.; SCHOR, E.; KOPELMAN, A. Nutritional aspects related to endometriosis. Rev Assoc Med Bras., v. 61, n. 6, p. 519–523, 2015.
- CIEBIERA, M. et al. Nutrition in gynecological diseases: Current perspectives. Nutrients, v. 13, n. 4, p. 1–33, 2021.
- BAHAT, P. Y. et al. Dietary supplements for treatment of endometriosis: A review. Acta Biomed., v. 93, n. 1, p. 1–12, 2022.