Elementos Químicos Essenciais e Tóxicos: Implicações para a Saúde Humana
Introdução
A interação entre elementos químicos, essenciais e não essenciais, e os sistemas biológicos é um campo de estudo crucial para a compreensão da saúde e da doença. A reatividade química e a biodisponibilidade desses elementos determinam seus efeitos fisiológicos e toxicológicos.
Essencialidade e Toxicidade dos Elementos Químicos
Dos 92 elementos químicos encontrados na natureza, 22 são reconhecidos como constituintes essenciais para o ser humano e animais. Adicionalmente, aproximadamente 25 outros elementos são detectados em organismos biológicos (1).
A maioria dos elementos químicos presentes no organismo, sejam eles essenciais ou não, exibe elevada reatividade química e biológica. Essa reatividade é particularmente evidente quando se apresentam na forma de íons, radicais ou complexos orgânicos (1). Consequentemente, esses elementos possuem potencial tóxico, cuja manifestação é influenciada por fatores como a dose, a forma química e o tempo de exposição. Embora muitos elementos essenciais sejam requeridos em baixas concentrações para suas funções fisiológicas específicas, a elevação de suas concentrações acima de certos limiares pode induzi-los à toxicidade (1).
Elementos Tóxicos e Suas Interações Biológicas
Elementos como o mercúrio, cádmio e chumbo são exemplos de substâncias que, mesmo em concentrações extremamente reduzidas, podem exercer efeitos tóxicos no ser humano (1). Não há evidências de que esses elementos desempenhem qualquer função essencial no organismo. Contudo, observou-se que eles impactam significativamente o metabolismo de elementos essenciais, como cobre, zinco, ferro, manganês e selênio. Essa interferência ocorre devido à competição por ligantes nos sistemas biológicos (1).
Implicações Dietéticas e Nutricionais
A deficiência dietética de certos nutrientes, incluindo elementos essenciais, pode intensificar a absorção de elementos tóxicos em animais e seres humanos (1). Um dos fatores contribuintes para essa deficiência é o aumento do consumo populacional de alimentos refinados e enlatados. Essa mudança nos hábitos alimentares pode não apenas resultar em maior ingestão de contaminantes, mas também na redução da ingestão de nutrientes essenciais de suma importância (1).
Referências Bibliográficas
- COZZOLINO, S. M. F. Biodisponibilidade de Nutrientes. 6. ed. São Paulo: Manole, 2020. 934 p.