Hepatite C Crônica: Desafios e Fatores Moduladores
Introdução
A infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) representa um desafio significativo para a saúde global, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. O manejo dessa condição é complexo, com a obesidade e o estado nutricional emergindo como fatores importantes que podem influenciar a progressão da doença e a resposta ao tratamento antiviral.
Prevalência Global e Cenário Terapêutico
A hepatite por vírus C (HCV) é um problema de saúde pública de proporções globais, com uma estimativa de aproximadamente 170 milhões de pessoas infectadas em todo o mundo (1).
Atualmente, a única recomendação de conduta clínica para intervir na obesidade e na síndrome metabólica em portadores de HCV é a mudança do estilo de vida (1).
Impacto da Obesidade e Vitamina D
Obesidade e Complicações Metabólicas
A obesidade e as comorbidades metabólicas a ela associadas são reconhecidas como fatores de risco independentes para a progressão da hepatite C (1). Essas condições não apenas dificultam a resposta à terapia antiviral, mas também estão relacionadas a formas mais graves de doenças hepáticas em pacientes com HCV (1). Em indivíduos obesos, observa-se um aumento nos níveis circulantes de insulina, o que está diretamente associado a um estágio mais avançado de fibrose hepática (1).
Níveis de Vitamina D
Uma meta-análise abrangendo 11 estudos e um total de 1.524 adultos portadores de HCV, predominantemente do genótipo 1, revelou que 75% dessa população apresentava níveis baixos de vitamina D (inferiores a 30 ng/mL) (1). Os estudos avaliados demonstraram uma correlação significativa entre a resposta virológica sustentada (RVS) e os níveis de vitamina D (1). Especificamente, uma RVS adequada foi observada em indivíduos com níveis de vitamina D superiores a 30 ng/mL (1). Isso sugere que a otimização dos níveis de vitamina D pode ser um fator importante no prognóstico do tratamento antiviral.
Sensibilidade à Insulina e Tratamento
Apesar de estudos recentes sugerirem a associação de sensibilizadores de insulina ao tratamento convencional da HCV, essas pesquisas ainda são escassas e apresentam resultados conflitantes (1). Diante da inconsistência das evidências, a inclusão de sensibilizadores de insulina como parte da conduta terapêutica para a HCV não é atualmente indicada (1).
Referências Bibliográficas
- SILVA, S. M. C. S.; MURA, J. D. P. Tratado de alimentação, nutrição & dietoterapia. 3. ed. São Paulo: Editora Pitaya, 2016. 1308 p.