Artemisia vulgaris: Potencial Terapêutico e Considerações Clínicas


Artemisia vulgaris: Potencial Terapêutico e Considerações Clínicas


Introdução

A Artemisia vulgaris, conhecida popularmente como Artemísia, é uma planta com uso tradicional em diversas culturas. Embora suas aplicações terapêuticas sejam conhecidas há tempos, é importante analisar as evidências científicas que corroboram seus potenciais benefícios, especialmente no manejo da dismenorreia e sua atividade antiparasitária.


Nomenclatura e Morfologia

A Artemisia vulgaris é amplamente conhecida por nomes populares como Artemísia, flor-de-são-joão, losna e absinto-selvagem. As partes utilizadas para fins terapêuticos são as folhas e as sumidades floridas.


Compostos Bioativos

A Artemisia vulgaris possui uma composição química diversificada, incluindo:

  • Óleo essencial: Contém cineol, isoborneol, limoneno, entre outros (1).
  • Substâncias amargas: Como a absintina e a artabsina (1).
  • Flavonoides: Incluem eupafolina, diosmetina, caempferol, luteolina e apigenina (1).
  • Taninos (1).
  • Substâncias fenólicas (1).
  • Terpenóides: Como p-cimeno, fenchona, cineol, cânfora e β-pineno (1).
  • Derivados cumarínicos (1).
  • Lactonas sesquiterpênicas: Destacando-se a santonina (1).
  • Resinas (1).
  • Alcaloides (1).
  • Fitoesteróis (1).

Principais Indicações e Evidências

As principais indicações para o uso da Artemisia vulgaris são a ação antiparasitária e o tratamento de dismenorreias (1). No entanto, é relevante notar que existem poucas investigações que validem amplamente o uso tradicional da planta (1).

Atividade Antiparasitária

A ação antiparasitária intestinal da Artemisia vulgaris é atribuída aos constituintes presentes no seu óleo essencial (1).

Dismenorreia

As propriedades emenagogas da Artemísia estão relacionadas à presença de fitoestrógenos, um grupo fitoquímico que engloba coumestanos, isoflavonoides e lignanas (1). Estudos com os constituintes eriodictiol e apigenina demonstraram a capacidade de ativar a transcrição genética em células de fungos em concentrações comparáveis às do estradiol (1).


Posologia

As formas de administração e as dosagens recomendadas para a Artemisia vulgaris incluem:

  • Planta seca: 1,5-6 g/dia (1).
  • Infusão: 3 g por xícara, até 3 vezes ao dia (1).
  • Tintura a 20%: 5-30 mL/dia (1).
  • Extrato fluido: 3-6 mL/dia (1).

Contraindicações, Efeitos Adversos e Toxicidade

A Artemisia vulgaris possui contraindicações importantes e deve ser utilizada com cautela:

  • Gestantes e lactantes (1).
  • Pacientes com epilepsia (1).
  • Indivíduos com úlceras gastroduodenais ou cólon irritável (1).
  • Crianças (1).

Referências Bibliográficas

  1. SAAD, G. de A. et al. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2016. p. 441.

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