Prolapso Retal: Fisiopatologia, Manifestações Clínicas e Abordagem Terapêutica
Introdução
O prolapso retal é uma condição caracterizada pela protrusão circunferencial de espessura total da parede retal através do ânus (1). É significativamente mais comum em mulheres (seis vezes mais do que em homens), especialmente naquelas com mais de 60 anos (1). Em crianças, aproximadamente 20% dos casos estão associados à fibrose cística, justificando a testagem para cloro no suor em todos os diagnósticos pediátricos (1).
Fisiopatologia
A fisiopatologia do prolapso retal é complexa, mas alguns fatores anatômicos e neurológicos são frequentemente associados (1). Geralmente, a condição está ligada a um cólon sigmoide redundante, frouxidão pélvica e um septo retovaginal profundo (1).
Alguns autores sugerem que o prolapso de espessura total pode ser resultado de danos na inervação dos músculos do assoalho pélvico ou nos nervos pudendos (1). Esse dano nervoso, que pode ocorrer devido ao estiramento repetido por esforço excessivo durante a defecação, enfraqueceria os músculos do assoalho pélvico, incluindo os músculos do esfíncter anal externo (1).
Manifestações Clínicas
As queixas mais frequentes dos pacientes com prolapso retal incluem:
- Massa anal: A protrusão do reto visível ou palpável.
- Sangramento pelo reto: Pode ocorrer devido ao atrito e trauma da mucosa prolapsada.
- Higiene perianal precária: Dificuldade em manter a região limpa devido à presença do prolapso.
O prolapso do reto geralmente ocorre após a defecação e pode ter redução espontânea ou exigir redução manual (1).
Conduta Clínica e Tratamento
O principal objetivo do tratamento é aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Tratamento Médico
O tratamento médico do prolapso retal é limitado. Pode incluir o uso de fármacos destinados ao aumento da massa fecal, como agentes formadores de bolo (fibras), ou opções cirúrgicas, dependendo da gravidade e das características do prolapso (1).
Terapia Nutricional
A constipação é um problema comum em pacientes com prolapso retal, afetando cerca de 30-67% deles (1). Nesses casos, a terapia nutricional é fundamental e visa principalmente:
- Aumentar o consumo de fibras: A ingestão adequada de fibras auxilia no aumento da massa fecal, o que pode facilitar a evacuação e reduzir o esforço (1).
Referências Bibliográficas
- JAMESON, J. L. et al. Medicina Interna de Harrison. 20. ed. Porto Alegre: Artmed, 2021. 3522 p.