Zea mays (Estigma de milho): Propriedades Diuréticas e Aplicações no Trato Urinário
Introdução
A Zea mays, popularmente conhecida como milho, possui estigmas (“barba de milho” ou “cabelo de milho”) que são amplamente utilizados na fitoterapia. Estes estigmas são valorizados por suas propriedades diuréticas e são empregados no tratamento de diversas condições urológicas e metabólicas.
Nomenclatura e Componentes
- Nome Científico: Zea mays (1)
- Nome Popular: Milho, barba de milho, cabelo de milho (1)
- Parte Utilizada: Estigma (1)
Compostos Bioativos
O estigma de Zea mays contém uma rica variedade de compostos bioativos, incluindo:
- Flavonoides: Maisina, apigenina, crisoeriol, rutina, Antocianidinas (1)
- Óleo essencial: Carvacrol, α-terpineol, mentol e timol (1)
- Polifenóis (1)
- Alcaloides (1)
- Sais minerais (1)
- Fitosteróis: Sitosterol, estigmasterol (1)
- Ácidos fenólicos (1)
- Saponinas (1)
- Taninos (1)
- Mucilagem (1)
- Carotenoides (1)
- Vitamina K1 (1)
Principais Indicações Terapêuticas
As principais indicações para o uso do estigma de Zea mays são:
- Cistite (1)
- Uretrite (1)
- Litíase renal (1)
- Gota (1)
- Diurético (1)
Efeito Diurético
Estudos demonstraram efeitos diuréticos da planta em diferentes preparações (1). Em ratos, observou-se um aumento da filtração glomerular e inibição da reabsorção de sódio e cloreto (1). Quando o extrato aquoso do estigma foi administrado em camundongos nas doses de 350-500 mg/kg, houve excreção de potássio e aumento da diurese (1).
Constatou-se um efeito hipotensor de diferentes preparados, incluindo o infuso (nas doses de 1,37-22 mg/kg) e o extrato hidroalcoólico 50% (na dose de 40 mL/kg), ambos utilizando o estigma fresco (1). Em pacientes cardíacos com retenção de líquido, o infuso dos estigmas secos (30g/200mL), administrado seis vezes ao dia por 4-5 dias, gerou um aumento significativo da diurese (1).
Posologia
A posologia recomendada para o estigma de Zea mays varia conforme a apresentação:
- Infusão ou decocto a 5-10%: 50-200mL/dia (1)
- Tintura: 5-10mL/dia (1)
- Tintura 1:5 em etanol, 25%: 5-15mL, três vezes ao dia (1)
- Infusão: 4-8g/200mL (1 colher de sopa), três vezes ao dia (1)
Contraindicações e Toxicidade
- Recomenda-se cautela em pacientes com insuficiência renal (1).
- É necessário cuidado em pacientes que utilizam medicamentos anti-hipertensivos (1).
Referências Bibliográficas
- SAAD, G. A.; LÉDA, P. H. O.; SÁ, I. M.; SEIXLACK, A. C. Fitoterapia Contemporânea: Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.