Myrtus guajava: Potencial Antidiarreico e Espasmolítico
Introdução
A Myrtus guajava, popularmente conhecida como goiaba, é uma fruta tropical amplamente consumida e reconhecida por suas propriedades medicinais. As folhas jovens, ou brotos, da goiabeira são particularmente valorizadas por sua eficácia no tratamento de distúrbios gastrointestinais, como a diarreia e as cólicas associadas, devido à presença de uma rica variedade de compostos bioativos.
Aspectos Botânicos e Fitoquímicos
Nomenclatura e Parte Utilizada
O nome científico da planta é Myrtus guajava, também referida como Guajava pyrifera. Popularmente, é conhecida como goiaba, guaiaba, araçá ou guava (1). Os brotos (folhas jovens) são a parte utilizada para fins terapêuticos.
Compostos Bioativos
Os brotos da goiaba são ricos em diversos compostos bioativos, incluindo:
- Taninos hidrolisáveis: Como pedunculagina e guavinas A, C, D (1).
- Flavonoides: Quercetina, quercitrina e seus derivados glicosídeos (1).
- Terpenoides (1).
- Ácidos fenólicos: Principalmente o ácido gálico (1).
- Óleo essencial: Contendo bisaboleno, 1,8-cineol e monoterpenos, entre outros (1).
Ações Farmacológicas e Indicações Clínicas
As principais indicações para o uso dos brotos de goiaba são:
- Efeito antidiarreico (1).
- Efeito espasmolítico (1).
Efeito Antidiarreico e Espasmolítico
Os brotos da goiaba são tradicionalmente empregados no tratamento da diarreia em crianças (1). Estudos demonstraram que o extrato das folhas apresenta um efeito significativo contra o crescimento de bactérias patogênicas, sugerindo um de seus mecanismos de ação (1). Pesquisas indicam que as propriedades antimicrobianas e a capacidade de reduzir a motilidade gastrointestinal são fundamentais para o efeito antidiarreico (1).
Em um estudo com humanos, embora não tenham sido observadas diferenças significativas na consistência das evacuações líquidas, notou-se um efeito espasmolítico, resultando na diminuição das dores abdominais nos pacientes (1).
Posologia
As posologias recomendadas para os brotos de goiaba incluem:
- Infusão: Doze brotos e 2 folhas para 500 mL de água. Recomenda-se tomar 1 xícara, 3 vezes ao dia, em casos de diarreia (1).
- Tintura: 10-50 mL/dia (1).
- Extrato fluido: 2-10 mL/dia (1).
Referências Bibliográficas
- SAAD, G. de A. et al. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.