Polifenóis: Classificação, Metabolismo e Efeitos Biológicos


Polifenóis: Classificação, Metabolismo e Efeitos Biológicos


Introdução

Os polifenóis representam um vasto grupo de fitoquímicos e são reconhecidos como potentes antioxidantes. Naturalmente presentes na maioria dos vegetais, essas substâncias são parte integrante da dieta humana e exercem uma ampla gama de efeitos biológicos, influenciando desde a proteção celular até a modulação de processos inflamatórios.


Definição e Classificação

Os polifenóis são quimicamente definidos como substâncias que possuem um anel aromático com um ou mais substituintes hidroxílicos, incluindo seus grupos funcionais (1). Eles são produtos do metabolismo secundário das plantas, atuando como mecanismos de defesa contra agressões ambientais, e podem atuar como pigmentos (1).

Esses fitoquímicos podem ser categorizados em duas grandes classes:

Flavonoides (1)

  • Quercetina
  • Catequina
  • Isoflavonas
  • Antocianinas

Não Flavonoides (1)

  • Ácido gálico
  • Ácido elágico
  • Ácido clorogênico
  • Resveratrol

Metabolismo, Absorção e Biodisponibilidade

A biodisponibilidade refere-se à medida quantitativa da utilização de um nutriente pelo organismo (1). No caso dos polifenóis, a capacidade de atingir a corrente sanguínea e os tecidos-alvo varia significativamente. Polifenóis menores e em sua forma monomérica geralmente apresentam maior capacidade de absorção (1).

A maior parte dos polifenóis na dieta está presente na forma de ésteres, glicosídeos ou polímeros, que não podem ser absorvidos em sua forma nativa (1). Consequentemente, para serem absorvidos, precisam ser hidrolisados por enzimas intestinais ou pela microflora do cólon (1). Quando a flora intestinal está envolvida na hidrólise, a eficiência de absorção é frequentemente reduzida, pois a flora também pode degradar as agliconas, produzindo diversos ácidos aromáticos simples (1).

Após a absorção, os polifenóis são metabolizados no intestino delgado e no fígado, sofrendo principalmente processos como metilação, sulfatação e glucuronidação (1).

Estudos investigaram a digestibilidade e bioacessibilidade dos polifenóis, observando que o teor de gordura em amostras de cacau aumentou a digestibilidade de alguns compostos fenólicos, especialmente proantocianidinas, no duodeno (1). O mecanismo proposto para esse fenômeno está relacionado à capacidade da fração de gordura de interagir com certos compostos fenólicos, promovendo uma melhor micelização dos fenóis digeridos (1).


Efeitos Biológicos no Organismo

Os polifenóis exercem diversos efeitos biológicos benéficos, incluindo:

  • Sequestro de espécies reativas e radicais de oxigênio (ação antioxidante)
  • Modulação da atividade de enzimas específicas
  • Inibição da proliferação celular
  • Ação genômica
  • Ação anti-inflamatória

Um exemplo notável dos efeitos dos polifenóis é o “Paradoxo Francês”, que se refere ao efeito atribuído aos componentes do vinho tinto (particularmente o resveratrol e outros polifenóis). Estes compostos estão associados à diminuição da oxidação do LDL (colesterol de baixa densidade), da agregação plaquetária e da formação de trombos na população, mesmo com o consumo de quantidades elevadas de gorduras saturadas (1).


Referências Bibliográficas

  1. PHILIPPI, S. T.; PIMENTEL, C. V. de M. B.; ELIAS, M. F. Alimentos Funcionais e Compostos Bioativos. 1. ed. São Paulo: Manole, 2019. 893 p.

  1. PHILIPPI, S. T.; PIMENTEL, C. V. de M. B.; ELIAS, M. F. Alimentos Funcionais e Compostos Bioativos. 1. ed. São Paulo: Manole, 2019. 893 p.

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