Angiotensina II: Um Potente Vasoconstritor e seu Papel na Hipertensão


Angiotensina II: Um Potente Vasoconstritor e seu Papel na Hipertensão


Introdução

A angiotensina II é um peptídeo biologicamente ativo e o principal efetor do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Atua como um potente vasoconstritor fisiológico, com implicações significativas na regulação da pressão arterial e na função cardiovascular.


Definição e Mecanismos de Ação

A angiotensina II é o principal produto biologicamente ativo do sistema renina-angiotensina. Ela exerce um papel crucial como um potente vasoconstritor fisiológico (1). As ações da angiotensina II circulante contribuem diretamente para a hipertensão e podem, de forma indireta, influenciar a função cardíaca, independentemente de qualquer efeito direto sobre o coração ou o miocárdio (1).

Os principais mecanismos pelos quais a angiotensina II atua incluem:

  • Promoção da reabsorção de sódio e água: Este efeito leva ao aumento do volume de líquidos intravascular, o que consequentemente eleva a pré-carga cardíaca e, portanto, o volume sistólico (1).
  • Promoção da vasoconstrição arteriolar sistêmica: Isso resulta em um aumento da resistência vascular e da pós-carga cardíaca (1).

Indicação e Valores de Referência

Indicação Clínica

A dosagem da angiotensina II é empregada principalmente na avaliação da hipertensão arterial, auxiliando na identificação de causas secundárias ou na compreensão de mecanismos fisiopatológicos subjacentes (1).

Valores de Referência

Os valores de referência para a angiotensina II plasmática são tipicamente:

  • 10-60 pg/mL (1).

Fatores que Alteram os Níveis de Angiotensina II

Valores Elevados

Níveis aumentados de angiotensina II podem ser observados em:

  • Hipertensão (1).
  • Tumor renal justaglomerular secretor de renina (1).
  • Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) (1).

Valores Diminuídos

Níveis diminuídos de angiotensina II podem ocorrer em:

  • Pacientes anéfricos (1).
  • Aldosteronismo primário (1).
  • Síndrome de Cushing (1).

Limitações na Coleta e Análise

A correta interpretação dos níveis de angiotensina II exige atenção rigorosa à fase pré-analítica, dadas as suas características bioquímicas:

  • Os pacientes devem permanecer em decúbito dorsal por 30 minutos antes da coleta da amostra para padronizar as condições hemodinâmicas (1).
  • A angiotensina II apresenta uma meia-vida plasmática curta. Por essa razão, o plasma deve ser separado e congelado imediatamente após a coleta para preservar a integridade da amostra e garantir a acurácia dos resultados (1).

Referências Bibliográficas

  1. Willimson MA, Snyder LM. Wallach – Interpretação de Exames Laboratoriais. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2016. 1225 p.