Ginkgo biloba: Aspectos e Usos Terapêuticos


Ginkgo biloba: Aspectos e Usos Terapêuticos


Introdução

A Ginkgo biloba, uma das espécies de árvores mais antigas do mundo, é amplamente reconhecida por suas propriedades medicinais, principalmente relacionadas à melhora da circulação e à função cognitiva.


Aspectos Botânicos e Compostos Bioativos

A Ginkgo biloba é uma espécie vegetal cujas folhas são a parte utilizada para fins terapêuticos. Seus efeitos farmacológicos são atribuídos a uma rica composição de compostos bioativos, que incluem:

  • Diterpenoides: ginkgolídeos A, B, C e J.
  • Sesquiterpenoides: bilobalido.
  • Flavonoides: quercetina, luteolina, tricetina, caempferol e quercetol.
  • Biflavonas: bilobetina, ginkgetina, isoginkgetina e esciadopitina.
  • Poliprenóis.
  • Catequinas.
  • Proantocianidinas.
  • Terpenoides.
  • Lactonas terpênicas: ginkgolídeos e bilobalídeos.

Principais Indicações Terapêuticas

As principais indicações para o uso do Ginkgo biloba são a vasodilatação e o tratamento de condições como Alzheimer e demência.

Vasodilatação

Para os efeitos vasodilatadores do Extrato de Ginkgo Biloba (EGB), diversos mecanismos são sugeridos, como a liberação de óxido nítrico (NO), a ativação dos canais de cálcio dependentes de potássio e a liberação de prostaciclinas (1). Embora os estudos frequentemente foquem nas atividades dos ginkgolídeos e suas propriedades (vasodilatadoras e antagonistas do Fator de Ativação Plaquetária – PAF), pesquisas indicam que os flavonoides também desempenham um papel importante nos efeitos terapêuticos do EGB (1).

Alzheimer e Demência

Os resultados de estudos clínicos sobre a melhora da memória com o uso do EGB são conflitantes (1). No entanto, em um estudo com pacientes diagnosticados com Alzheimer, o EGB demonstrou resultados positivos quando administrado por 75 a 90 dias, com uma melhora, ainda que modesta, superior à observada no grupo placebo (1). Em contrapartida, avaliações realizadas em jovens saudáveis não revelaram resultados significativos (1). Em relação à demência, observou-se um efeito modesto na cognição, mas que não se mostrou clinicamente significativo (1).

Trabalhos que avaliaram a eficácia e os efeitos colaterais da G. biloba em disfunções cognitivas e demência concluíram que o extrato EGB761, na dose de 240 mg/dia, pode reduzir ou estabilizar a função cognitiva e o comportamento após 22 a 26 semanas de uso, particularmente em pacientes com sintomas neuropsiquiátricos, sem implicar em efeitos colaterais (1).


Posologia e Prescrição

É fundamental ressaltar que o Ginkgo biloba é uma planta de prescrição médica exclusiva, conforme a legislação vigente.

A posologia recomendada para o extrato de Ginkgo biloba é:

  • Extrato seco das folhas padronizado 50:1: 120 a 240 mg/dia (1).
  • Extrato das folhas: 26,4 a 64,8 mg de ginkgoflavonoides e 6 a 16,8 mg de terpenolactonas/dia (1).

Contraindicações, Toxicidade e Precauções

O Ginkgo biloba é considerado bastante seguro, com poucos relatos de efeitos adversos como cefaleia, acidez gástrica, náuseas e vômitos (1). No entanto, algumas precauções e contraindicações devem ser observadas:

  • Grávidas e lactantes: o uso é contraindicado devido à falta de referências de segurança (1).
  • Potencialização de antiagregantes plaquetários: o Ginkgo biloba pode intensificar o efeito de medicamentos antiagregantes plaquetários (1).
  • Ensaios com o uso oral dos poliprenóis das folhas de G. biloba, tanto in vitro quanto in vivo, não demonstraram sinais de toxicidade aguda ou subcrônica nas doses testadas (1).

Referências Bibliográficas

  1. SAAD, G. A.; LÉDA, P. H. O.; SÁ, I. M.; SEIXLACK, A. C. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.

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