Alpinia spicata (Cana-do-Brejo): Propriedades Diuréticas, Antinociceptivas e Nefrolíticas


Alpinia spicata (Cana-do-Brejo): Propriedades Diuréticas, Antinociceptivas e Nefrolíticas


Introdução

A Alpinia spicata, popularmente conhecida como cana-do-brejo, é uma planta comumente utilizada na medicina tradicional devido às suas propriedades diuréticas. Além disso, estudos sugerem benefícios no tratamento de cálculos urinários e na analgesia.


Nomenclatura e Morfologia

As espécies Alpinia spicata, Costus spicatus e Costus conicus, juntamente com Amomum petiolatum, são conhecidas pelos nomes populares de cana-do-brejo ou cana-de-macaco. A planta inteira, incluindo folhas, caule e raiz, é a parte utilizada para fins terapêuticos (1).


Compostos Bioativos

A cana-do-brejo contém diversos compostos bioativos, tais como (1):

  • Flavonoides e compostos fenólicos: Tamarixetina, canferídio, quercetina.
  • Saponinas.
  • Polissacarídeos.
  • Pectinas.
  • Mucilagem.
  • Taninos.
  • Heterosídeos cianogênicos.

Principais Indicações e Evidências Terapêuticas

As principais indicações clínicas para o uso da cana-do-brejo são:

  • Diurético
  • Cálculos urinários
  • Analgésico

Efeito Diurético

Foi observado um aumento do volume urinário com o consumo da infusão da planta (2). É importante notar que não foram detectadas alterações significativas na concentração de sódio ou potássio no plasma dos participantes (2).

Cálculos Urinários

Um estudo utilizou 250-500 mg/kg do extrato aquoso da planta por 4 semanas, demonstrando uma redução significativa no crescimento de cristais de oxalato de cálcio em animais (2).

Analgésico

Em um estudo com roedores, o extrato metanólico da planta, administrado por via oral nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg, exerceu um efeito antinociceptivo, com um aumento significativo da reação no teste de placa quente (2).


Posologia

As recomendações posológicas para a cana-do-brejo incluem:

  • Infusão ou decocção: 5-50%, 20 mL/dia (1).
  • Decocção: 1 colher de sobremesa das folhas por xícara de chá, tomar 2 vezes ao dia.
  • Tintura 20%: 10-50 mL/dia (1, 2).
  • Extrato fluido: 2-10 mL/dia (1).
  • Xarope: 20-100 mL/dia (1).

Segurança

Atualmente, há poucas referências e estudos farmacológicos aprofundados sobre a segurança dos extratos dessa planta (1).


Referências Bibliográficas

  1. SAAD, G. A.; LÉDA, P. H. O.; SÁ, I. M.; SEIXLACK, A. C. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.
  2. LARANJA, S. M. R. et al. Evaluation of acute administration of natural products with potential diuretic effects, in humans. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, [s. l.], v. 86, n. suppl 2, p. 237–240, 1991. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0074-02761991000600053&lng=en&tlng=en. Acesso em: 26 jun. 2025.

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