Panax Ginseng: Potencial Terapêutico e Recomendações de Uso na Prática Clínica


Panax Ginseng: Potencial Terapêutico e Recomendações de Uso na Prática Clínica


Introdução

O Panax ginseng, amplamente conhecido como ginseng, é uma raiz herbácea reverenciada na medicina asiática por suas diversas propriedades. Este artigo explora as ações fisiológicas do ginseng, com foco em sua capacidade de modular o metabolismo lipídico e otimizar a oxigenação tecidual, fornecendo orientações para sua aplicação clínica.


Composição e Absorção

A raiz do Panax ginseng é rica em componentes bioativos, incluindo panacene, panaxosídeos e diversas saponinas, como a ginsenina e os ginsenosídeos (2). Seus efeitos terapêuticos são amplamente atribuídos aos ginsenosídeos, que incluem subtipos como o Rg1 e o Rh2 (1).

Apesar de suas propriedades benéficas, a absorção intestinal dessas moléculas é notavelmente baixa, variando entre 1% e 4% (1).


Principais Indicações e Mecanismos de Ação

Aumento da Oxidação de Gorduras

O ginseng desempenha um papel positivo na modulação do metabolismo dos lipídios (1). O ginsenosídeo Rh2, em particular, ativa moléculas-chave no metabolismo lipídico, como a CPT-1 (Carnitina Palmitoiltransferase-1) e a UCP-2 (Proteína Desacopladora-2) (1). Essa ativação ocorre por meio da estimulação da proteína AMPK (Proteína Quinase Ativada por AMP) e da inibição de PPARγ (Receptor Ativado por Proliferadores de Peroxissomos gama), resultando em um aumento direto da oxidação de lipídios (1).

Adicionalmente, a suplementação com ginseng demonstrou modular negativamente os fatores de transcrição associados ao aumento da adipogênese, como C/EBPα (Proteína Ligadora de CCAAT/Enhancer alfa) e PPARγ (1).

Otimização da Oxigenação Tecidual

Além de seus efeitos metabólicos, o ginseng facilita a oxigenação dos tecidos, com um impacto particularmente notável no músculo cardíaco (2).


Recomendações de Suplementação

A dose usual recomendada de ginseng varia de 200 a 400 mg por dia (1). É importante notar que doses acima de 2g foram associadas a efeitos colaterais como náuseas, vômitos e diarreia (1), o que ressalta a importância da adesão às dosagens recomendadas para garantir a segurança e eficácia do tratamento.


Referências Bibliográficas

  1. LANCHA JR., A. H.; ROGERI, P. S.; PEREIRA-LANCHA, L. O. Suplementação Nutricional no Esporte. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 266 p.
  2. HIRSCHBRUCH, M. D. Nutrição Esportiva – Uma Visão Prática. 3. ed. Barueri, SP: Manole, 2014. 496 p.

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