17-α-Hidroxiprogesterona: Biomarcador e Implicações Clínicas


17-α-Hidroxiprogesterona: Biomarcador e Implicações Clínicas


Introdução

A 17-α-hidroxiprogesterona (17-OHP), também conhecida como hidroxiprogesterona, é um hormônio esteroide crucial, atuando como precursor na biossíntese do cortisol. Sua produção ocorre em diversas glândulas, incluindo as suprarrenais, ovários, testículos e placenta, tornando-a um importante biomarcador em distúrbios endócrinos.


Definição e Biossíntese

A 17-α-hidroxiprogesterona (17-OHP), ou simplesmente hidroxiprogesterona, é um hormônio esteroide que desempenha um papel de precursor na biossíntese do cortisol (1). Sua produção ocorre em múltiplas glândulas endócrinas, incluindo as suprarrenais, ovários, testículos e na placenta durante a gestação (1).


Indicações Clínicas

A dosagem da 17-OHP é clinicamente indicada para (1):

  • Diagnóstico e tratamento da hiperplasia suprarrenal congênita (HSRC).
  • Investigação de hirsutismo.
  • Avaliação de casos de infertilidade.

Valores de Referência

Os valores de referência da 17-OHP podem variar significativamente com o sexo e o estado fisiológico (1):

  • Homens (20-59 anos): 60-342 ng/dL
  • Mulheres:
    • Fase folicular: 19-182 ng/dL
    • Fase lútea: 22-469 ng/dL
    • Uso de anovulatórios orais: 18-251 ng/dL
    • Pós-menopausa: 20-172 ng/dL

Interpretações Clínicas

Valores Elevados

Níveis elevados de 17-OHP podem ser observados em diversas condições (1):

  • Durante a fase lútea da menstruação e na gravidez, períodos em que ocorre uma elevação fisiológica.
  • Deficiência de 21-α-hidroxilase e 11-β-hidroxilase.
  • A Hiperplasia Suprarrenal Congênita (HSRC), particularmente sua forma mais comum, resulta da deficiência da enzima 21-hidroxilase. Essa deficiência bloqueia a síntese normal de cortisol, levando a um aumento compensatório da secreção de ACTH (hormônio adrenocorticotrófico), o que, por sua vez, eleva os níveis de 17-OHP.

Limitações

A 17-OHP exibe um padrão diurno semelhante ao do cortisol, com valores tipicamente mais elevados no início da manhã em comparação com o fim da tarde (1). Essa variação circadiana deve ser considerada durante a coleta e interpretação dos resultados.


Referências Bibliográficas

  1. Willimson MA, Snyder LM. Wallach – Interpretação de Exames Laboratoriais. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2016. 1225 p.