Hirsutismo Feminino: Fisiopatologia e Abordagens Terapêuticas
Introdução
O hirsutismo, caracterizado pelo crescimento excessivo de pelos em áreas tipicamente masculinas do corpo feminino, é uma condição que, embora comum em homens, é menos socialmente aceita em mulheres e pode ter um impacto significativo na qualidade de vida.
Fisiopatologia
O hirsutismo é comum em homens (que raramente se queixam), mas é menos socialmente aceito em mulheres (1). A condição é causada principalmente pela elevação dos níveis de androgênios, que estimulam o crescimento de pelos em áreas do corpo que normalmente não existem em mulheres, como a face (1).
Embora o hirsutismo seja raramente patológico, ele pode ser uma manifestação de tumores endócrinos androgenizantes, como os tumores de células de Sertoli-Leydig, que são tumores ovarianos funcionantes raros (1).
Androgênios e Pele
Os androgênios desempenham um papel crucial na fisiologia da pele, influenciando a produção de sebo pelas glândulas sebáceas e o crescimento capilar em diversas regiões. No hirsutismo, a elevação desses hormônios leva a um aumento da proliferação e do crescimento de pelos terminais em folículos pilosos que são sensíveis aos androgênios.
Terapia Medicamentosa
A abordagem terapêutica para o hirsutismo em mulheres geralmente envolve a utilização de medicamentos que antagonizam as ações dos androgênios ou que modulam seu metabolismo (1). A antagonização das ações androgênicas reduz a produção de sebo pelas glândulas sebáceas e também o crescimento capilar que é androgênio-dependente (1).
Efeitos Adversos da Terapia Antiandrogênica
É importante estar ciente de potenciais efeitos adversos da terapia antiandrogênica, que podem incluir o tromboembolismo venoso. Por essa razão, essa terapia é contraindicada em mulheres com histórico familiar de doença cardiovascular (1).
Finasterida
A finasterida atua inibindo a enzima 5α-redutase, responsável por converter a testosterona no androgênio mais potente, a di-hidrotestosterona (DHT) (1). Ao reduzir os níveis de DHT, a finasterida diminui o estímulo para o crescimento de pelos indesejados. Como efeitos adversos, pode ocorrer redução da libido, possível impotência e dor mamária (1).
Eflornitina
A eflornitina foi originalmente desenvolvida como um fármaco antiprotozoário (1). No tratamento do hirsutismo, ela é utilizada topicamente, pois inibe irreversivelmente a ornitina descarboxilase nos folículos pilosos (1). Essa inibição interrompe a replicação celular e o crescimento de novos cabelos, auxiliando na redução da pilificação excessiva (1).
Referências Bibliográficas
- RITTER, J. M. et al. Rang & Dale Farmacologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020. 789 p.