Mel: Definição, Composição e Implicações na Saúde
Introdução
O mel é um produto natural complexo, elaborado por abelhas melíferas a partir do néctar de flores ou de secreções vegetais, que, após processamento pelas abelhas, é armazenado e maturado nos favos da colmeia. Sua composição bioquímica diversificada confere-lhe propriedades que vão além do valor nutricional básico.
Composição Nutricional e Bioquímica
Apesar da grande diversidade bioquímica, o mel é majoritariamente composto por açúcares, com cerca de 70% de monossacarídeos, principalmente frutose e glicose (1). O teor de vitaminas e minerais no mel é baixo, não atingindo as recomendações diárias de ingestão (1).
Os componentes mais investigados no mel são os compostos bioativos, com destaque para os compostos fenólicos, notadamente as flavonas e flavonóis (1). É importante ressaltar que a quantidade de compostos presentes nos alimentos nem sempre reflete a quantidade efetivamente absorvida e metabolizada pelo organismo (1).
Recomendações Nutricionais e Aplicações na Saúde
Estudos têm explorado as propriedades do mel em diversas condições de saúde:
Ação Anticancerígena
Há evidências de uma correlação positiva entre a atividade anticancerígena e a quantidade de flavonoides (como crisina, apigenina, quercetina, acacetina e pinocembrina) e ácidos fenólicos (p-cumárico, vanílico, protocatecuico, cafeico e p-hidroxibenzoico) presentes no mel (1).
Investigações indicam propriedades anticancerígenas do mel por meio da interferência em várias vias de sinalização celular. Isso inclui a indução de apoptose via regulação e modulação de proteínas pró-apoptóticas, desregulação de proteínas anti-apoptóticas, e a promoção de mecanismos antimutagênicos, antiproliferativos e anti-inflamatórios (1).
Dislipidemia
Entre outras aplicações estudadas, destacam-se os resultados positivos do mel na redução do colesterol em pacientes hiperlipidêmicos. Estudos epidemiológicos demonstraram que a ingestão moderada de mel melhora fatores de risco cardiovasculares (1).
Diabetes
Pesquisas apontam que o consumo de mel, em comparação com a sacarose, resulta em um menor índice glicêmico e um menor “índice incremental de pico” em pacientes com diabetes tipo 1 (1). Isso sugere que o mel pode ser uma alternativa mais favorável à sacarose para o controle da glicemia nessa população.
Referências Bibliográficas
- Philippi, S. T.; Pimentel, C. V. de M. B.; Elias, M. F. Alimentos Funcionais e compostos bioativos. 1. ed. São Paulo: Manole, 2019. 893 p.