Senna alexandrina: Aplicações no Manejo da Constipação e Hemorroidas


Senna alexandrina: Aplicações no Manejo da Constipação e Hemorroidas


Introdução

A Senna alexandrina, conhecida popularmente como sene, é uma planta largamente utilizada por suas propriedades laxativas. Suas folhas contêm compostos bioativos que atuam diretamente na motilidade intestinal e na secreção de fluidos, tornando-a uma opção terapêutica eficaz para o tratamento da constipação e condições associadas, como as hemorroidas.


Aspectos Botânicos e Fitoquímicos

Nomenclatura e Parte Utilizada

O nome científico da planta é Senna alexandrina, embora também seja referida como Senna angustifolia ou Cassia acutifolia. Popularmente, é conhecida como sene ou sena. A folíolo (folha pequena) é a parte da planta utilizada para fins terapêuticos.

Compostos Bioativos

A Senna alexandrina é rica em diversos compostos bioativos, destacando-se:

  • Derivados antracênicos: Fisciona e seu glicosídeo, e emodina (1).
  • B-sitosterol (1).
  • Flavonoides (1).

Ações Farmacológicas e Indicações Clínicas

As principais indicações para o uso da Senna alexandrina são:

  • Constipação por inércia.
  • Hemorroidas.

Efeito Laxativo na Constipação e Hemorroidas

O uso da S. alexandrina é recomendado à noite, pois o efeito laxativo geralmente ocorre entre 8 e 12 horas após a administração oral (1). Os efeitos primários são atribuídos à ação dos glicosídeos hidroxiantracênicos (senosídeos A e B), que aumentam a secreção de fluidos líquidos e a motilidade intestinal, promovendo um melhor trânsito colônico (1).

O mecanismo de ação do sene é duplo: ele estimula o peristaltismo intestinal e, ao mesmo tempo, diminui a reabsorção de água e eletrólitos no cólon (1).

A Senna alexandrina é considerada um laxativo de escolha para gestantes, uma vez que, até o momento, não foram encontrados efeitos deletérios para o feto ou para a própria gestante (1).


Posologia

As posologias recomendadas para a Senna alexandrina variam conforme a forma de preparação:

  • Infusão: 1-2g de folhas por xícara, uma vez ao dia (1).
  • : 500-2000 mg/dia (1).
  • Tintura: 5-25 mL/dia (1).
  • Extrato seco padronizado em 6,4% de senosídeos: 75-150 mg/dia (1).
  • Extrato da folha e fruto: 10-30 mg de derivados hidroxiantracênicos expressos em senosídeo B (1).

Contraindicações e Toxicidade

O uso da Senna alexandrina requer atenção a diversas contraindicações e potenciais efeitos adversos:

  • Pode aumentar o fluxo menstrual (1).
  • Lactantes: Substâncias ativas podem ser transferidas para o leite materno, causando diarreia em crianças amamentadas (1).
  • Pode causar cólicas abdominais (1).
  • Contraindicado em casos de obstrução intestinal, estenose, atonia intestinal, sintomas abdominais não diagnosticados, colonopatias, apendicite e dor abdominal de origem desconhecida (1).
  • Deve-se evitar o uso prolongado, pois pode levar a nefrite ou constipação crônica (1).
  • Doses superiores a 8g podem gerar efeitos colaterais graves (1).
  • O uso crônico pode resultar em toxicidade sobre o sangue (1).
  • Não utilizar em crianças (1).

Referências Bibliográficas

  1. SAAD, G. de A. et al. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.

Deixe um comentário0