Himatanthus bracteatus: Potencial Terapêutico e Aplicações Clínicas


Himatanthus bracteatus: Potencial Terapêutico e Aplicações Clínicas


Introdução

A Himatanthus bracteatus, popularmente conhecida como agoniada, tapuoca, quina molle ou sucumba, é uma planta medicinal com reconhecidas propriedades terapêuticas, especialmente no tratamento de condições ginecológicas e gastrointestinais. Este documento explora as indicações clínicas, posologia, contraindicações e os compostos bioativos responsáveis por suas atividades farmacológicas.


Principais Indicações Terapêuticas

As principais indicações para o uso de Himatanthus bracteatus abrangem a Síndrome Pré-Menstrual (TPM), Dismenorreia, Cólica Intestinal e como agente gastroprotetor.

Dismenorreia

O extrato de agoniada demonstrou propriedades anti-inflamatórias e antiespasmódicas na musculatura lisa uterina (1). Observou-se que a fração alcaloídica do extrato, contendo uleína como principal componente, foi capaz de promover a redução das contrações da musculatura lisa, tanto vascular quanto não vascular. Este efeito pode estar relacionado ao bloqueio da entrada de cálcio nas células (1).

Cólica Intestinal

Da mesma forma, o extrato de agoniada exibiu características anti-inflamatórias e antiespasmódicas na musculatura lisa intestinal (1). A fração alcaloídica, com a uleína como principal constituinte, mostrou-se eficaz na redução das contrações musculares lisas vasculares e não vasculares, possivelmente por meio do bloqueio do influxo de cálcio intracelular (1).

Efeito Gastroprotetor

Pesquisas indicam que o extrato de Himatanthus bracteatus possui atividade protetora sobre a mucosa gástrica em modelos de úlcera induzida por estresse, indometacina e álcool (1). A fração rica em alcaloides é a principal responsável pelos efeitos gastroprotetores, atuando pela ativação de mecanismos citoprotetores, com destaque para os antioxidantes enzimáticos (1). Adicionalmente, a inibição da secreção ácida gástrica foi verificada através do bloqueio da bomba de H+, K+-ATPase, efeito atribuído aos alcaloides indólicos majoritários presentes na fração avaliada, como a uleína e a demetoxiaspidospermina (1).


Compostos Bioativos

A Himatanthus bracteatus é rica em diversos compostos bioativos que contribuem para suas atividades farmacológicas, incluindo (1):

  • Alcaloides
  • Iridoides
  • Triterpenoides
  • Ésteres alifáticos: predominantes na casca do caule e também encontrados no látex.

Posologia e Administração

A administração de Himatanthus bracteatus pode ser realizada das seguintes formas:

  • Decocção: 2 a 10 gramas por dia da planta rasurada, preparada como chá, administrado três vezes ao dia.
  • : 300 a 1200 miligramas por dia.

Contraindicações e Efeitos Adversos

O uso de Himatanthus bracteatus é contraindicado nas seguintes situações:

  • Gestantes: devido à presença de substâncias com potencial para induzir o parto (1).
  • Lactantes: pela ausência de estudos que comprovem a segurança da transferência de seus componentes para o leite materno (1).

Adicionalmente, não se recomenda o uso prolongado da planta devido à escassez de estudos que avaliem sua segurança em tratamentos de longa duração (1).


Referências Bibliográficas

  1. SAAD, G. de A.; LÉDA, P. H. de O.; SÁ, I. M.; SEIXLACK, A. C. Fitoterapia Contemporânea: Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.

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