Estratégias de Recuperação e Desempenho para Atletas de Voleibol

Introdução

O voleibol é um esporte de natureza intermitente, caracterizado por alternância entre períodos de baixa e alta intensidade. Os atletas realizam movimentos explosivos como saltos repetitivos, mudanças rápidas de direção e mergulhos com contrações musculares excêntricas. Em modalidades como o voleibol de praia, a proximidade entre as partidas (inferior a 3 horas) impõe desafios significativos à recuperação fisiológica e neuromuscular. Dadas essas demandas, a nutrição e outras estratégias de recuperação são cruciais para otimizar o desempenho e prevenir lesões.

Recomendações Nutricionais

Resumo da Suplementação

Para atletas de voleibol, a suplementação pode incluir creatina, cafeína, beta-alanina, proteína e carboidratos.

Calorias

É imprescindível que atletas consumam um aporte calórico suficiente para compensar o gasto energético do treinamento e das competições. A ingestão calórica inadequada pode levar a perda de peso indesejada, maior suscetibilidade a doenças e, consequentemente, à redução do desempenho atlético.

Carboidratos

Um estudo observou que atletas profissionais de voleibol consumiam, em média, 4,3 g/kg/dia de carboidratos, valor abaixo da recomendação geral de 5-8 g/kg/dia (1). No entanto, os autores sugeriram que atletas femininas talvez não necessitem de uma ingestão tão elevada quanto a recomendação. Esse mesmo grupo de pesquisadores identificou uma correlação positiva entre a razão carboidrato/proteína (CHO/P) e o anabolismo muscular. Eles concluíram que uma razão CHO/P mais elevada é benéfica para a recuperação do tecido muscular e para a síntese de glicogênio muscular, independentemente da quantidade total de proteínas (1).

Proteínas

Uma pesquisa indicou que atletas profissionais femininas consumiam aproximadamente 2,1 g/kg/dia de proteínas, uma quantidade superior à recomendação para atletas (cerca de 1,6 g/kg/dia) (1). O autor desse estudo sugeriu que essa ingestão proteica elevada poderia ser vantajosa, considerando a possível menor necessidade de carboidratos para essas atletas (1).

Hidratação

A desidratação em atletas pode comprometer a cognição, as habilidades técnicas e o desempenho físico, especialmente quando a perda de líquidos atinge 3-4% do peso corporal total (1). Embora essa observação não tenha sido feita especificamente em atletas de voleibol, a relevância da hidratação para o desempenho geral é notável.

Antioxidantes

A suplementação de antioxidantes pode reduzir radicais livres e proteger contra danos oxidativos durante o exercício, mas não há evidências que comprovem sua capacidade de melhorar o desempenho atlético (1). Além disso, estudos sugerem que a suplementação de antioxidantes pode ter um impacto negativo na resposta adaptativa ao treinamento (2). Portanto, a estratégia mais segura e eficaz é o consumo de uma dieta balanceada, rica em alimentos que são fontes naturais de antioxidantes (2).

Fatores Adicionais para o Desempenho

Sono

A privação de sono pode impactar negativamente o desempenho esportivo. Um estudo demonstrou que apenas uma noite de privação de sono pode reduzir o tempo até a exaustão (1). Os pesquisadores propuseram que a perda de sono pode esgotar as reservas de glicogênio, aumentar a resistência à insulina e diminuir a tolerância à glicose, levando à depleção energética (1). Adicionalmente, atletas que dormem menos de 8 horas por dia apresentam um risco 1,7 vezes maior de sofrer lesões (1). Por essas razões, recomenda-se que atletas durmam pelo menos 7 a 9 horas por dia, com adolescentes que treinam 4 a 6 horas diárias podendo necessitar de 10 a 12 horas de sono (1).

Saúde Mental

Evidências sugerem que programas estruturados focados no bem-estar mental dos atletas podem aprimorar seu desempenho (1). Outros autores corroboram esses achados, concluindo que o treinamento de habilidades mentais relacionadas ao bem-estar é capaz de otimizar a performance (1).

Referências Bibliográficas

CLOSS, B. et al. Recovery after volleyball: a narrative review. Physical Sportsmedicine, v. 48, n. 1, p. 8–16, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1080/00913847.2019.1632156
COMMUNICATIONS, S. Nutrition and Athletic Performance. Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 48, n. 3, p. 543–568, 2016.