Acalasia: Fisiopatologia, Consequências e Manejo
Introdução
A acalasia é uma patologia esofágica caracterizada pela falha de relaxamento do esfíncter esofágico inferior (EEI) durante a deglutição, impedindo a passagem adequada do alimento para o estômago. Essa condição resulta em estase alimentar progressiva e pode levar a complicações sérias se não for adequadamente manejada.
Fisiopatologia
A acalasia é definida como a patologia na qual o esfíncter esofágico inferior (EEI) não se relaxa adequadamente durante a deglutição, impedindo a passagem do alimento do esôfago para o estômago (1). Estudos demonstram que essa falha se deve a uma lesão da rede neural do plexo mioentérico nos dois terços inferiores do esôfago (1).
Como resultado dessa lesão, a musculatura do esôfago inferior permanece espasticamente contraída. Além disso, o plexo mioentérico perde sua capacidade de transmitir o sinal que induz o “relaxamento receptivo” do esfíncter gastroesofágico quando o alimento se aproxima durante a deglutição (1).
Consequências Clínicas
Quando a acalasia se agrava, o esôfago torna-se incapaz de esvaziar o alimento deglutido no estômago por muitas horas, um processo que normalmente não deveria exceder alguns segundos (1). Com o tempo, o esôfago dilata-se progressivamente, podendo reter até 1 litro de alimento (1).
A estase prolongada de alimentos no esôfago favorece a putrefação por microrganismos, o que pode levar a infecções e ulceração da mucosa esofágica (1). Essas complicações, por sua vez, podem causar dor subesternal intensa ou, em casos mais severos, ruptura do esôfago e óbito (1).
Manejo Terapêutico
Em alguns casos de acalasia, um benefício considerável pode ser obtido por meio do estiramento da extremidade inferior do esôfago. Isso é realizado com um balão inflado na extremidade de uma sonda esofágica deglutida (1). Adicionalmente, antiespasmódicos (fármacos que promovem o relaxamento da musculatura lisa) também podem ser úteis no alívio dos sintomas (1).
Referências Bibliográficas
- Hall JE, Guyton AC. Tratado de Fisiologia Médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2017. 1–1176 p.