Adiponectina: Funções e Implicações Clínicas
Introdução
A adiponectina é um hormônio proteico secretado predominantemente pelo tecido adiposo, que desempenha papéis cruciais na modulação da inflamação tecidual e na otimização da sensibilidade à insulina.
Definição e Relevância Fisiológica
A adiponectina é um hormônio peptídico produzido e secretado pelo tecido adiposo. Este adipocitocina atua na regulação de processos inflamatórios teciduais e na manutenção da sensibilidade à insulina (1,2). Distúrbios nas concentrações séricas de adiponectina estão consistentemente associados a condições como a obesidade e a síndrome metabólica (1,2).
Estudos demonstram uma associação inversa entre os níveis de adiponectina e o percentual de gordura corporal em adultos (1). Contudo, essa correlação não é observada em lactentes e crianças (1). Adicionalmente, concentrações elevadas de adiponectina estão associadas a um risco significativamente menor de desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2, evidenciando uma relação de dose-resposta (1).
Valores de Referência
Os valores de referência da adiponectina podem variar conforme o índice de massa corporal (IMC) e o sexo do indivíduo (1):
Homens
- IMC < 25 kg/m²: 4-26 μg/mL
- IMC 25-30 kg/m²: 4-20 μg/mL
- IMC > 30 kg/m²: 2-20 μg/mL
Mulheres
- IMC < 25 kg/m²: 4-26 μg/mL ou 5-37 μg/mL
- IMC 25-30 kg/m²: 4-20 μg/mL ou 5-28 μg/mL
- IMC > 30 kg/m²: 4-22 μg/mL
Fatores que Afetam os Níveis de Adiponectina
Valores Elevados
As concentrações de adiponectina podem aumentar em 2 a 3 vezes antes das refeições, atingindo seus valores mínimos aproximadamente 60 minutos pós-refeição (1). Em pacientes submetidos à hemodiálise, os níveis podem estar até 2 vezes mais elevados (1).
Valores Diminuídos
Níveis reduzidos de adiponectina são frequentemente observados em condições como:
- Diabetes mellitus tipo 2 (1)
- Obesidade e síndrome metabólica (1,2)
Relação com a Leptina
A adiponectina e a leptina exercem funções complementares na regulação metabólica, com a adiponectina contribuindo para a redução do peso corporal (1). Essa sinergia entre os dois hormônios destaca a complexidade da regulação do balanço energético e do metabolismo em geral.
Referências Bibliográficas
- Willimson MA, Snyder LM. Wallach – Interpretação de Exames Laboratoriais. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2016. 1225 p.
- Calixto-Lima L, Reis NT. Interpretação de Exames Laboratoriais Aplicados à Nutrição Clínica. 1. ed. Rio de Janeiro: Rubio; 2012. 490 p.