Aesculus hippocastanum L. – Castanha-da-índia


Aesculus hippocastanum L. (Castanha-da-Índia): Efeitos Vasoprotetores e Aplicações Terapêuticas


Introdução

A Aesculus hippocastanum L., popularmente conhecida como castanha-da-índia, é uma planta valorizada na fitoterapia devido às suas propriedades venotônicas e anti-inflamatórias.


Nomenclatura e Morfologia

A Aesculus hippocastanum L. é popularmente chamada de castanha-da-índia. A semente é a parte da planta utilizada para fins terapêuticos.


Compostos Bioativos

A castanha-da-índia possui uma rica composição fitoquímica, variando conforme a parte da planta:

Sementes

  • Saponinas: α- e β-Escina, afrodescina, argirescina, criptoescina (1).
  • Flavonoides: Canferol, quercetina, astragalina, isoquercetina, rutina (1).
  • Triterpenoides: Fridelina, taraxerol, espinasterol (1).
  • Fitoesteróis (1).
  • Epicatequinas (1).
  • Antocianidinas: Proantocianidinas A2 (1).
  • Gomas (1).
  • Proteínas (1).
  • Glicosídeos cumarínicos: Esculetina, escopolina, escopoletina e fraxina (1).

Casca dos Brotos

  • Derivados da cumarina (1).
  • Glicosídeos: Esculina, fraxina, escopolina (1).
  • Agliconas: Esculetina, fraxetina, escopoletina (1).
  • Taninos (1).
  • Flavonoides (1).
  • Antocianinas (1).

Principais Indicações e Evidências Terapêuticas

As principais indicações clínicas para o uso da castanha-da-índia incluem:

  • Varizes
  • Hemorroidas
  • Recuperação de hematomas

Varizes

A Aesculus hippocastanum age inibindo a atividade da hialuronidase (1). Um estudo avaliou a administração do extrato, contendo 50-150 mg/dia de escina, durante 2 a 6 semanas, e observou que o grupo tratado apresentou melhora significativa das dores nas pernas, edemas e prurido resultantes da insuficiência venosa crônica (1).

Esses efeitos foram associados a um mecanismo molecular de permeabilidade vascular seletiva, que proporciona maior sensibilidade dos canais de cálcio ao íon, resultando no aumento do tônus venoso e arterial (1, 2). Foi observado que a aescina e a aescigenina aumentam a resistência do tônus das veias, favorecendo o retorno sanguíneo (2).

Para esta condição, o extrato de Aesculus hippocastanum L., proveniente das sementes da castanha-da-índia, padronizado em 18-22% de escina, é utilizado em doses de 100-300 mg/dia, por um período de 4 a 12 semanas. A tintura é recomendada em doses de 2-10 mL/dia.

Hemorroidas

Em um estudo duplo-cego e controlado com 80 pacientes que apresentavam hemorroidas sintomáticas agudas, a administração de 40 mg de aescina por dois meses demonstrou uma melhora significativa nos sintomas (1).

Recuperação de Hematomas

A castanha-da-índia também é indicada para auxiliar na recuperação de hematomas (2).


Posologia

As recomendações posológicas variam conforme a forma de apresentação:

  • Extrato seco padronizado: Padronizado em 30% de aescina: 250-900 mg/dia (1).
  • Tintura: 2-10 mL/dia (1).
  • Creme a 20% de extrato (padronizado em 2% de escina): Utilizar 2 vezes ao dia (1).
  • Decocção: 1-2 g/dia de sementes secas (1).

A dose diária recomendada de aescina é de 200 mg (1).


Efeitos Adversos, Contraindicações e Toxicidade

Embora a castanha-da-índia seja utilizada terapeuticamente, é importante considerar seus potenciais efeitos adversos e contraindicações.

Contraindicações

É contraindicada em pacientes com insuficiência renal crônica e insuficiência hepática (1).

Efeitos Adversos

As queixas mais comuns incluem distúrbios gastrointestinais, tontura, náusea, dor de cabeça e prurido (1).


Referências Bibliográficas

  1. SAAD, G. A.; LÉDA, P. H. O.; SÁ, I. M.; SEIXLACK, A. C. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.
  2. HIRSCHBRUCH, M. D. Nutrição Esportiva – Uma Visão Prática. 3. ed. Barueri: Manole, 2014. 496 p.

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