Alpinia speciosa: Potencial Hipotensor, Sedativo e Diurético


Alpinia speciosa: Potencial Hipotensor, Sedativo e Diurético


Introdução

A Alpinia speciosa, conhecida popularmente como falso cardamomo, pacová ou gengibre-concha, é uma planta da família do gengibre que tem sido investigada por suas diversas propriedades terapêuticas. Suas folhas, rizomas e flores contêm uma variedade de compostos bioativos que conferem-lhe potencial no manejo da hipertensão, como sedativo e diurético.


Aspectos Botânicos e Fitoquímicos

Nomenclatura e Partes Utilizadas

O nome científico da planta é Alpinia speciosa, sendo também referida como A. galanga ou A. zerumbet (1). Popularmente, é conhecida como falso cardamomo, pacová ou gengibre-concha (1). As folhas, rizomas e flores são as partes da planta utilizadas para fins terapêuticos (1).

Compostos Bioativos

A Alpinia speciosa é rica em diversos compostos bioativos, incluindo:

  • Óleo essencial: Com mono e sesquiterpenos, como cineol e terpineol (1).
  • Flavonoides: Caempferol, rutina e quercetina (1).
  • Substâncias fenólicas: Catequina, epicatequina e alpinetina (1).

Ações Farmacológicas e Indicações Clínicas

As principais indicações para o uso da Alpinia speciosa são:

  • Hipertensão (1).
  • Sedativo (1).
  • Diurético (1).

Ansiedade

A Alpinia speciosa é classificada como calmante pelo banco de dados de plantas medicinais da Central de Medicamentos (CEME) (1). Um estudo demonstrou que a inalação do óleo essencial (3,5 mg/L de ar) gerou uma ação ansiolítica, com pico de efeito entre 90 e 120 minutos (1). Além disso, observou-se que o extrato de A. speciosa apresenta atividade depressora sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), diminuindo a excitabilidade elétrica neuronal (1).

Hipertensão

O efeito anti-hipertensivo da planta é atribuído a vários mecanismos, envolvendo diferentes substâncias (1). No óleo essencial, o efeito hipotensor foi associado à ação direta do óleo sobre o músculo liso vascular, provavelmente devido à ação do terpineol, que é capaz de bloquear o influxo de cálcio (1). Um estudo avaliando os efeitos do tratamento com óleo essencial das folhas em animais anestesiados ou conscientes demonstrou uma hipotensão significativa, atribuída ao 4-terpinenol, principal constituinte do óleo essencial (1).

Em um estudo clínico, 22 pacientes hipertensos tratados por 6 semanas com cápsulas contendo 250 mg do extrato alcoólico seco, padronizado em 2,5% de flavonoides, mostraram-se eficazes no controle da hipertensão arterial (1).

Diurético

Estudos clínicos com o chá das folhas de Alpinia speciosa demonstraram efeitos diuréticos significativos (1).


Posologia

As posologias recomendadas para Alpinia speciosa incluem:

  • Folhas ou rizomas secos: 2-5g/dia (1).
  • Tintura (1:5): 10-25mL/dia (1).
  • : 200 mg-1g/dia (1).
  • Folhas frescas: 1-3 folhas para 1L de chá (1).
  • Chá: 0,8g de folhas secas para 100ml de água, preparado por infusão (1).

Contraindicações e Toxicidade

O uso de Alpinia speciosa apresenta as seguintes contraindicações e potenciais riscos:

  • Pode gerar hepatotoxicidade (1).
  • Por ser uma planta da família do gengibre, não é recomendada para indivíduos com histórico de alergia a plantas dessa família.
  • Pode aumentar a acidez gástrica e diminuir o efeito dos antiácidos.

Referências Bibliográficas

  1. SAAD, G. de A. et al. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.

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