Alumínio em Tecidos Corpóreos e Implicações para a Saúde


Alumínio em Tecidos Corpóreos e Implicações para a Saúde


Introdução

O alumínio é um elemento amplamente presente no ambiente e, consequentemente, nos tecidos biológicos. Este documento explora as concentrações de alumínio no organismo, suas fontes de exposição, toxicidade e, em particular, os riscos associados à insuficiência renal crônica.


Alumínio no Organismo

Estima-se que a concentração média de alumínio na urina de indivíduos brasileiros esteja na faixa de 0,22 a 17,5 µg/L (1).


Fontes de Exposição

As principais fontes de exposição ao alumínio incluem a dieta. O conteúdo de alumínio nos alimentos geralmente segue a ordem crescente: bebidas, alimentos de origem animal e, em maior proporção, alimentos de origem vegetal, especialmente chás (1). Concentrações elevadas de alumínio em alimentos são consideradas quando os valores excedem 1 mg/kg (1).

A migração de alumínio para os alimentos a partir de utensílios de cozinha e embalagens, que foi uma preocupação no início da década de 1980, tem sido considerada desprezível. Estudos demonstraram que esse processo ocorre de forma significativa apenas quando alimentos ácidos são cozidos em panelas não revestidas (1).


Toxicidade do Alumínio

Para indivíduos saudáveis, não há riscos conhecidos associados à ingestão excessiva de alumínio através da dieta. A toxicidade do alumínio é uma preocupação que surge principalmente do consumo habitual e prolongado de grandes quantidades de antiácidos à base de alumínio (1).

Um único comprimido de antiácido pode conter aproximadamente 50 mg de alumínio, enquanto a aspirina tamponada pode conter entre 10 mg e 20 mg por comprimido (1).

Indivíduos com função renal saudável são capazes de excretar o excesso de alumínio de forma eficaz, mesmo quando expostos a doses elevadas provenientes de medicamentos ou contaminação (1). A absorção intestinal do elemento é baixa, e as pequenas quantidades absorvidas da dieta normal são prontamente eliminadas por rins saudáveis, prevenindo o acúmulo (1). No entanto, o risco de toxicidade aumenta acentuadamente para indivíduos com função renal comprometida (1).


Insuficiência Renal Crônica e Toxicidade por Alumínio

Pacientes com insuficiência renal crônica representam um grupo de alto risco para a toxicidade por alumínio (1). Nestes indivíduos, a toxicidade pode ocorrer devido ao acúmulo contínuo de alumínio, resultante da incapacidade dos rins de excretar o elemento absorvido (1).

Uma manifestação patológica adicional da toxicidade por alumínio é a anemia hipocrômica microcítica, que não está associada à deficiência de ferro (1). Contudo, a incidência desse problema tem diminuído drasticamente desde que a água deionizada e livre de alumínio se tornou rotina nos procedimentos de diálise (1).


Referências Bibliográficas

  1. COZZOLINO, S. M. F. Biodisponibilidade de nutrientes. 6. ed. Barueri, SP: Manole, 2020. 934 p.

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