Bauhinia forficata (Pata de Vaca): Potencial no Manejo da Diabetes e Outras Aplicações


Bauhinia forficata (Pata de Vaca): Potencial no Manejo da Diabetes e Outras Aplicações


Introdução

A Bauhinia forficata, popularmente conhecida como “pata de vaca”, é uma planta medicinal cujas folhas são amplamente utilizadas, especialmente por seu potencial no manejo da diabetes. Sua rica composição fitoquímica confere-lhe diversas propriedades que têm sido exploradas em pesquisas.


Caracterização e Compostos Bioativos

  • Nome Científico: Bauhinia forficata, B. candicans
  • Nome Popular: Pata de vaca
  • Parte Utilizada: Folhas (3)

Compostos Bioativos

As folhas da Bauhinia forficata contêm uma variedade de compostos bioativos, incluindo (3):

  • Ácidos fenólicos: Ácido gálico, cafeico, clorogênico.
  • Flavonoides: Quercetina, caempferol, rutina.
  • Saponinas.
  • Taninos.
  • Fitoesteróis: beta-sitosterol, campesterol, estigmasterol.
  • Alcaloides: Trigonelina.
  • Terpenoides: Pineno, cariofileno, humuleno.
  • Óleos essenciais: Monoterpenos como alfa e beta-pineno, sabineno.
  • Antocianidinas.

Principais Indicações e Efeitos no Organismo

Diabetes

A Bauhinia forficata demonstra um forte potencial antioxidante, o que é relevante no contexto do diabetes, onde o estresse oxidativo é um fator contribuinte para a disfunção celular.

  • Um estudo em ratos mostrou que a infusão de Bauhinia forficata levou a uma redução de marcadores de estresse oxidativo no fígado e no pâncreas em animais diabéticos (1).
  • Outro estudo em humanos demonstrou que a infusão das folhas, administrada duas vezes ao dia por três meses, resultou em uma melhora do perfil lipídico, além de uma melhora significativa da hemoglobina glicada (2).
  • Foi identificado que o flavonoide caempferitrina, isolado da planta, possui efeito na redução da glicose em ratos normais e diabéticos. Seu mecanismo de ação é semelhante ao da insulina, estimulando a captação de glicose pelos tecidos periféricos e suprimindo a reabsorção de glicose pelos rins. Além disso, inibe a enzima insulinase, o que reduz o catabolismo da insulina e, consequentemente, potencializa seus efeitos (3).

Alzheimer

Uma possível ação do extrato hidrometanólico da planta no Alzheimer tem sido investigada devido à sua atividade na inibição da acetilcolinesterase e butirilcolinesterase, enzimas relacionadas à degradação de neurotransmissores importantes para a cognição. Embora com menor eficácia do que a fisostigmina (uma substância de controle comumente utilizada), essa ação sugere um potencial neuroprotetor (3).


Posologia e Segurança

Posologia

As recomendações de dosagem para a Bauhinia forficata variam conforme a forma farmacêutica (3):

  • Planta seca: 2-5 g/dia.
  • Pó: 500 mg a 1 g/dia.
  • Tintura: 10-15 mL/dia.
  • Tintura mãe: 10-50 mL/dia.

Toxicidade

Até o momento, não foram relatados problemas no uso tradicional ou nas doses terapêuticas indicadas para a Bauhinia forficata (3).


Referências Bibliográficas

  1. Salgueiro, A. C. F. et al. Effects of Bauhinia forficata Tea on Oxidative Stress and Liver Damage in Diabetic Mice. Oxidative Medicine and Cellular Longevity, v. 2016, p. 1–9, 2016. Disponível em: [link suspeito removido]
  2. Córdova, M. P. et al. Effects of Bauhinia forficata Link Tea on Lipid Profile in Diabetic Patients. Journal of Medicinal Food, v. 22, n. 3, p. 321–323, mar. 2019. Disponível em: https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/jmf.2018.0111
  3. Saad, G. de A.; Léda, P. H. de O.; Sá, I. M.; Seixlack, A. C. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.

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