Centella asiatica: Potencial Terapêutico em Neuroproteção e Distúrbios Vasculares


Centella asiatica: Potencial Terapêutico em Neuroproteção e Distúrbios Vasculares


Introdução

A Centella asiatica, conhecida popularmente como centela, é uma planta herbácea cujas propriedades medicinais têm sido reconhecidas e estudadas por séculos. A planta inteira é utilizada e contém uma rica variedade de compostos bioativos que conferem a ela um notável potencial terapêutico em condições que vão desde distúrbios neurodegenerativos até insuficiência venosa e microangiopatia diabética.


Aspectos Botânicos e Fitoquímicos

Nomenclatura e Parte Utilizada

O nome científico da planta é Centella asiatica, também referida como Hydrocotyle asiatica (1). Popularmente, é conhecida como centela, dinheiro-em-penca ou acariçoba. A planta inteira é utilizada para a extração de seus compostos bioativos (1).

Compostos Bioativos

A Centella asiatica é rica em uma variedade de compostos bioativos, incluindo:

  • Triterpenoides: Asiaticosídeos e madecassosídeo (1).
  • Flavonoides: Quercetina, kaempferol, patuletina, rutina, apigenina e castiliferol (1).
  • Óleo essencial (1).
  • Ácidos graxos (1).
  • Mucilagem (1).
  • Pectina (1).
  • Carotenoides (1).

Ações Farmacológicas e Indicações Clínicas

As principais indicações para o uso da Centella asiatica são:

  • Neuroproteção (1).
  • Insuficiência venosa (1).
  • Edema de membros inferiores (1).
  • Úlcera trófica venosa (1).
  • Microangiopatia diabética (1).
  • Aterosclerose (1).

Neuroproteção

O extrato de Centella asiatica tem sido associado à neuroproteção, demonstrando potencial na prevenção da formação da placa amiloide, característica da doença de Alzheimer, na prevenção da neurotoxicidade da dopamina, relevante na doença de Parkinson, e na diminuição do estresse oxidativo (1).

Insuficiência Venosa Crônica e Microangiopatia Diabética

Um estudo em pacientes com insuficiência venosa crônica (IVC) demonstrou que a administração do extrato por 3 meses resultou em melhoras significativas de parâmetros histopatológicos, além de alívio de sinais e sintomas como edema, alterações tróficas cutâneas, cãibras, parestesia e dores nos membros inferiores (1).

Outro estudo, com 50 indivíduos portadores de microangiopatia diabética, demonstrou melhora na microcirculação com diminuição do edema, além de proteção contra a deterioração da microcirculação associada ao diabetes (1).

Aterosclerose

Dois estudos confirmaram a eficácia das frações triterpênicas de Centella asiatica em estabilizar placas ateromatosas carotídeas e femorais hipoecoicas através da modulação da síntese do colágeno (1). Esse tipo de placa é altamente associado a um elevado risco de trombose, ruptura e embolização (1).


Posologia

As posologias recomendadas para Centella asiatica incluem:

  • : 600 mg a 1,8 g/dia (1).
  • Extrato seco a 5% de terpenos: 50-200 mg/dia (1).
  • Extrato seco 5:1: 100-300 mg/dia (1).
  • Uso tópico: Creme ou gel, com tintura de até 10% (1).

Contraindicações

O uso de Centella asiatica é contraindicado para:

  • Gestantes (1).
  • Lactantes (1).
  • Pacientes hipertensos (1).

Referências Bibliográficas

  1. SAAD, G. de A. et al. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.

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