Colecistite Crônica: Fisiopatologia, Diagnóstico e Manejo Nutricional


Colecistite Crônica: Fisiopatologia, Diagnóstico e Manejo Nutricional


Introdução

A colecistite crônica é uma condição inflamatória da vesícula biliar, predominantemente associada à presença de cálculos biliares. Compreender sua fisiopatologia e os sinais clínicos é essencial para um diagnóstico preciso e a implementação de uma terapia nutricional adequada, visando o controle dos sintomas e a prevenção de complicações.


Fisiopatologia

A colecistite crônica é caracterizada pela inflamação persistente da vesícula biliar, quase invariavelmente ligada à presença de cálculos biliares (colelitíase) e a episódios prévios, mesmo que leves, de colecistite aguda. Os danos teciduais na colecistite crônica podem variar desde uma infiltração inflamatória leve até uma vesícula biliar fibrosada, contraída e com paredes espessas. Em casos mais avançados, a extensa calcificação das paredes vesiculares devido à fibrose é denominada “vesícula em porcelana”.


Sinais e Sintomas

A manifestação clínica mais proeminente da colecistite crônica é a cólica biliar, uma dor recorrente causada pela obstrução intermitente do ducto cístico pelos cálculos. É importante notar que a intensidade ou frequência da cólica biliar não se correlaciona diretamente com a extensão da inflamação da vesícula biliar.

Os pacientes podem apresentar dor abdominal superior com defesa local, mas, em geral, sem febre. A presença de febre sugere fortemente um quadro de colecistite aguda. Uma vez que os sintomas se iniciam, eles tendem a ser recorrentes.


Diagnóstico

O diagnóstico da colecistite crônica baseia-se na história clínica de cólica biliar recorrente e na evidência ultrassonográfica de cálculos biliares.

A colecistite crônica deve ser suspeitada em qualquer paciente que apresente cólica biliar recorrente e litíase vesicular. Embora a ultrassonografia ou outros exames de imagem geralmente revelem a presença dos cálculos, eles podem não demonstrar retração ou fibrose vesicular. A cintilografia biliar pode indicar falha na captação do radiofármaco pela vesícula, mas sua acurácia é considerada mais baixa para o diagnóstico desta condição.


Terapia Nutricional

O manejo nutricional da colecistite crônica visa a reduzir a estimulação da vesícula biliar e minimizar os sintomas. Para o tratamento crônico, a principal recomendação é uma dieta com restrição de gorduras, limitando-as a 25-30% do Valor Energético Total (VET) das refeições.


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