Consciência: Conceituação, Funções e Alterações Psicopatológicas
Introdução
A consciência, em sua definição mais elementar, é a faculdade que se perde durante o sono, mas em termos mais abrangentes, pode ser caracterizada pela experiência subjetiva de percepções, pensamentos, awareness do ambiente externo e, notavelmente em humanos, pela autoconsciência. No entanto, essa conceituação inicial apresenta limitações quanto à precisão dos termos “experiência” e “autoconsciência”.
Definição e Perspectivas da Consciência
Embora não seja exaustiva, essa conceituação serve como ponto de partida. Uma definição mais acurada da consciência deve considerar a natureza interdependente da atividade psíquica, refutando a fragmentação em funções isoladas. Por exemplo, a análise da consciência restrita ao nível de vigilância, como uma reatividade adaptativa ao ciclo sono-vigília, revela-se incompleta.
No estudo da mente e do encéfalo, investigam-se, em grande parte, as mesmas estruturas sob perspectivas distintas. As funções cerebrais, mentais, intelectuais, afetivas e volitivas (relativas à volição, abrangendo a motivação e a intenção de agir, como a autoconsciência na execução de comportamentos intencionais) são intrinsecamente interdependentes. A decomposição analítica dessas funções representa um recurso didático para fins de pesquisa, ensino e aprendizado, não correspondendo à sua separação na vivência consciente.
Nesse contexto, a neurociência tende a adotar uma perspectiva “materialista” da consciência, postulando que ela emerge de processos físicos cerebrais. Assim, a consciência pode ser compreendida como um produto da estrutura e da função do sistema nervoso (1). Em contraposição, o “dualismo” propõe que a mente e o corpo constituem entidades distintas, irredutíveis uma à outra, implicando que a consciência não pode ser totalmente explicada por processos físicos. Partindo do pressuposto de que a consciência se fundamenta em princípios físicos estabelecidos, infere-se logicamente a eventual possibilidade de construir uma máquina consciente (1).
De maneira geral, a consciência pode ser concebida como o conjunto de atividades articuladas que seguem uma sequência processual.
Processos Psicológicos Básicos da Consciência
- Estado de Alerta / Nível de Consciência: Refere-se ao grau de consciência, variando desde a inconsciência total, observada no coma, até o estado de vigília alerta.
- Campo da Consciência: Abrange o conteúdo da experiência consciente em um determinado momento, incluindo percepções, pensamentos, sentimentos e memórias.
É importante ressaltar a interdependência desses dois aspectos da consciência: um nível de consciência diferente de zero é um pré-requisito para que o indivíduo possa experimentar conteúdo consciente ou percepção.
Ademais, o conceito de consciência pode ser expandido a partir de outras perspectivas teóricas e investigativas. A neuropsicologia define a consciência como um estado de vigília, caracterizado por alerta e lucidez, intrinsecamente ligado à atividade do Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA).
Sob a perspectiva da psicologia, o conceito de consciência se desdobra em duas dimensões complementares:
- Consciência subjetiva: Refere-se à maneira pela qual a atividade psíquica de um indivíduo se volta para a realidade, abrangendo sua percepção, conhecimento do ambiente e objetivos circundantes. Em outras palavras, trata-se da relação estabelecida entre o Eu e o meio externo.
- Consciência objetiva: Engloba a totalidade das experiências vivenciadas por um indivíduo ao longo de sua existência.
Essa distinção permite uma análise mais aprofundada da consciência, considerando tanto os aspectos neurológicos quanto os psicológicos que a compõem.
Consciência Subjetiva (do Eu)
Sob a perspectiva fenomenológica, a consciência é compreendida como um processo intencional de coordenação e síntese da atividade psíquica. Nesse contexto, estabelece-se uma distinção fundamental entre a consciência do Eu e a consciência dos objetos. A consciência do Eu refere-se à experiência subjetiva da própria existência como indivíduo único e singular. Ademais, existe a consciência dos objetos (do Não-Eu), que abrange todo o conteúdo que se apresenta à consciência, incluindo percepções, representações mentais, conceitos, juízos, pensamentos e memórias. Em psicologia, um objeto é definido como qualquer elemento apreendido pela consciência em um dado momento.
Consciência Objetiva
Na abordagem histórica dos estudos fisiológicos, a consciência é concebida como uma atividade nervosa específica, circunscrita a determinadas áreas dos hemisférios cerebrais em um dado instante e sob condições particulares de excitabilidade ideal (3). Concomitantemente, as demais regiões dos hemisférios exibem um estado de excitabilidade reduzida em diferentes graus (3).
Ademais, a consciência pode ser descrita em termos de estados de vigília, que abrangem um espectro contínuo desde a plena consciência (estado de alerta) até a ausência de consciência (estado de sono), representando diferentes níveis de atividade consciente. Dentro dessa perspectiva, a investigação científica tem direcionado esforços para a identificação dos “correlatos neurais da consciência” (CNC). Essa linha de pesquisa busca elucidar os processos e as estruturas neuronais subjacentes à experiência subjetiva, como a percepção do sabor de um morango ou a vivência da emoção de alegria (1).
Funções da Consciência
As funções da consciência abrangem:
- A integração da percepção ambiental.
- Um papel essencial na comunicação social e na capacidade de inferir os estados mentais alheios.
- A influência no controle das ações volitivas.
- A possibilidade de contemplar eventos e temas independentemente da situação imediata, fenômeno comum, com estudos indicando que aproximadamente 30% dos pensamentos conscientes se desvinculam da atividade presente (2).
- A propriedade fundamental de ser altamente informativa, pois cada estado consciente específico vivenciado implica a exclusão de inúmeras experiências alternativas, envolvendo a integração e combinação de diversas modalidades de informação (4).
Psicopatologia da Consciência
No âmbito da psicopatologia, a avaliação da consciência abrange um espectro que se estende desde a plena lucidez até a obnubilação, um estado de alteração caracterizado pela redução da acuidade sensoperceptiva, comprometendo a compreensão das informações recebidas. Adicionalmente, os estados crepusculares representam alterações qualitativas da consciência relevantes no contexto psicopatológico.
É imperativo também considerar a acepção do termo “consciência” em sua dimensão moral, referindo-se à capacidade de realizar juízos de valor e discernir entre o certo e o errado.
Alterações Normais da Consciência
A consciência não é um estado constante, mas sim dinâmico e variável, modulado por diversos fatores internos e externos. Essa flutuação é observada mesmo durante a vigília, manifestando-se na capacidade de selecionar objetos de atenção e inibir estímulos concorrentes, bem como na adaptação do organismo às demandas fisiológicas e ambientais. Nesse contexto, três alterações fisiológicas da consciência merecem destaque:
- O ritmo circadiano.
- O sono.
- O sonho.
Ritmo Circadiano
Os ritmos circadianos representam oscilações fisiológicas intrínsecas que orquestram a temporalidade do organismo, possibilitando a execução de diversas funções essenciais, como a regulação da fome, sede, temperatura corporal, sono e estado de alerta. Esses ciclos permitem a sincronização do organismo com as variações ambientais, otimizando a alocação de energia para as atividades diárias, laborais e sociais. A disfunção quantitativa das funções dependentes dos ritmos circadianos pode predispor a transtornos psicológicos. Indivíduos com insônia, por exemplo, frequentemente experimentam alterações significativas no humor, motivação, atenção e demais funções cognitivas, resultando em sofrimento físico e mental.
O Sono
O sono configura-se como um estado comportamental e fisiológico essencial ao organismo, caracterizado por duas propriedades fundamentais: endogenia (geração interna dos seus mecanismos regulatórios) e ciclicidade (repetição periódica do fenômeno). Durante o sono, o organismo restabelece funções cruciais para a manutenção da homeostase. No entanto, o sono pode manifestar-se tanto de forma fisiológica quanto patológica. A identificação das características normais e anormais do sono é de suma importância para a avaliação clínica do paciente, permitindo distinguir um sono reparador de um sono disfuncional.
O Sonho
O fenômeno do sonho, desde os primórdios da humanidade, tem exercido um fascínio inegável sobre o ser humano, suscitando curiosidade e admiração. A abordagem terapêutica para os sonhos considerados anormais deve ser orientada pelos pressupostos teóricos adotados pelo profissional de psicologia. Sob a ótica da neuropsicologia, o sonho desempenha um papel fundamental na manutenção da continuidade do sono. A preservação da arquitetura do sono, por sua vez, é crucial para a restauração das funções orgânicas e cognitivas, promovendo o equilíbrio e a homeostase do organismo.
Alterações Patológicas da Consciência
As alterações patológicas da consciência podem ser categorizadas em três domínios principais: quantitativas, sindrômicas e qualitativas. As alterações quantitativas, por sua vez, subdividem-se em duas manifestações clínicas distintas: rebaixamento do nível de consciência e perda abrupta da consciência.
Alterações Quantitativas
As alterações quantitativas da consciência, caracterizadas pelo rebaixamento do nível de consciência, manifestam-se de duas formas distintas: gradual e abrupta.
Perdas Graduais da Consciência
O rebaixamento do nível de consciência, por sua natureza progressiva, abrange um espectro de estados que se estende desde a vigília plena até o coma profundo. Os estados intermediários, denominados graus de rebaixamento da consciência, são classificados em quatro categorias, organizadas em ordem crescente de comprometimento da consciência.
- Obnubilação: O primeiro grau de rebaixamento da consciência manifesta-se como uma alteração leve a moderada, assemelhando-se a um estado de sonolência. A consciência torna-se turva, resultando em diminuição da clareza das sensações e lentidão no processamento cognitivo. A atenção encontra-se comprometida, direcionando-se predominantemente para a necessidade de sono, com dificuldade na integração de informações ambientais complexas. Alterações nesse grau de rebaixamento já podem ser detectadas por meio do eletroencefalograma.
- Torpor: No segundo grau de rebaixamento da consciência, o paciente apresenta sonolência acentuada, respondendo apenas a estímulos verbais vigorosos, mas retornando prontamente ao estado de sonolência anterior. Apesar do comprometimento da vigília, o paciente preserva a lucidez em relação a aspectos morais e íntimos.
- Sopor: No terceiro grau de rebaixamento da consciência, observa-se um estado de turvação profunda. O paciente apresenta dificuldade em manter-se desperto, requerendo estímulos energéticos superiores aos necessários no torpor. A motricidade encontra-se inibida, e o eletroencefalograma revela uma lentificação global, com predominância de ondas delta e teta.
- Coma: No quarto grau de rebaixamento da consciência, observa-se a perda completa da responsividade e da capacidade de despertar, mesmo diante de estímulos vigorosos. O estado de coma, caracterizado por essa ausência de atividade consciente voluntária, é subdividido em quatro graus de intensidade crescente: semicoma, coma superficial, coma profundo e coma dépassé (este último sinônimo de morte cerebral).
Perdas Abruptas da Consciência
As perdas abruptas da consciência apresentam etiologia multifatorial, englobando tanto condições orgânicas quanto psicológicas. Dentre os quadros clínicos mais frequentemente associados a esses eventos, destacam-se a hipotensão ortostática, a hipoglicemia, a crise dissociativa, as crises convulsivas (como na epilepsia) e a síncope de variadas etiologias. Essas perdas de consciência de instalação súbita podem apresentar natureza transitória, reversível ou, em alguns casos, irreversível, sendo clinicamente denominadas lipotimia e síncope.
- Lipotimia: Manifesta-se como uma perda parcial e de breve duração da consciência, sendo frequentemente relatada pelo paciente como uma sensação iminente de desmaio.
- Síncope: Caracteriza-se por um colapso fisiológico que induz uma perda completa e abrupta da consciência, acompanhada de perda do tônus postural.
- Nota: O termo “desmaio” é empregado na prática médica como um descritor genérico para episódios de perda abrupta da consciência, abrangendo tanto a síncope quanto a lipotimia. Embora ambas as condições envolvam uma perda súbita da consciência, o termo “desmaio” é frequentemente associado à síncope, caracterizada por uma perda de consciência mais evidente e completa.
Alterações Sindrômicas
As alterações sindrômicas, também denominadas alterações psicopatológicas associadas ao rebaixamento do nível de consciência, referem-se ao conjunto de sinais e sintomas psicopatológicos que podem emergir em decorrência da diminuição do nível de consciência. A identificação e a compreensão desses quadros sindrômicos são de significativa relevância clínica, pois auxiliam na delimitação do espectro etiológico e otimizam o processo de raciocínio diagnóstico. O reconhecimento dos padrões sindrômicos específicos associados ao rebaixamento da consciência permite ao profissional de saúde direcionar a investigação etiológica de maneira mais eficiente. No contexto do rebaixamento do nível de consciência, um paciente pode manifestar três síndromes distintas: Delirium, Estado Onírico e Amência.
- Delirium: Termo comumente empregado para designar a maioria das síndromes confusionais de instalação aguda. Clinicamente, manifesta-se por um estado de confusão mental caracterizado por pensamento desorganizado, frequentemente com conteúdo ilógico e sem coerência aparente. Adicionalmente, observa-se prejuízo da atenção, distorções perceptuais (como ilusões ou alucinações), comprometimento da memória e dificuldade na compreensão.
- Estado Onírico: Também denominado estado oniroide, consiste em uma alteração da consciência na qual o paciente experimenta uma turvação da percepção assemelhada à vividez de um sonho. Caracteriza-se pela predominância de um conteúdo cênico, com imagens complexas e ricas em detalhes, frequentemente permeadas por elementos fantásticos e, por vezes, de natureza aterrorizante. Dada a natureza alucinatória predominantemente visual dessa experiência, é comum a manifestação de sinais como gritos, sudorese profusa e agitação psicomotora.
- Amência: Configura-se como um quadro de confusão mental decorrente do rebaixamento do nível de consciência, distinguindo-se de outras condições confusionais pela incoerência global do pensamento e pela presença de perplexidade, sintoma característico de vivência alucinatória. Atualmente, observa-se uma tendência entre alguns profissionais em utilizar o termo delirium para abranger também os estados de amência, dada a sobreposição de características clínicas.
Alterações Qualitativas
Habitualmente, as informações, sejam de origem externa ou interna, são processadas dentro do nosso campo de consciência. Este campo é composto por dois construtos essenciais: o foco (área de atenção seletiva, onde a informação é processada de forma mais nítida e detalhada) e a margem (informações periféricas, que permanecem em um nível de processamento menos intenso, mas ainda acessíveis à consciência, também chamada de umbral).
Na margem da consciência residem os comportamentos automatizados, processos que ocorrem com um mínimo de atenção consciente. É também nesse domínio periférico que as mensagens subliminares podem ser processadas, influenciando o comportamento de maneira não explícita. As alterações qualitativas da consciência manifestam-se através de variações dinâmicas no campo da consciência, nas quais o foco da atenção e a margem oscilam em suas qualidades intrínsecas e na maneira como interpretam os conteúdos que são registrados. Essas flutuações podem levar a uma percepção alterada da realidade e a uma modificação na experiência subjetiva.
- Estados Crepusculares: Configura-se como um estado transitório caracterizado por uma obnubilação leve da consciência, cuja percepção pelo paciente pode variar. A atividade motora automática e a coordenação permanecem preservadas; contudo, o foco da consciência torna-se restrito, limitando a capacidade do indivíduo de processar simultaneamente um número reduzido de ideias e sentimentos. É comum a manifestação de comportamentos impulsivos e violentos, bem como desregulação emocional. Esses estados podem ser observados em contextos clínicos como quadros de epilepsia, intoxicação etílica, traumatismo cranioencefálico ou episódios agudos de transtornos dissociativos.
- Estado Segundo: Configura-se como uma condição transitória que apresenta significativas similaridades com o estado crepuscular. Sua principal distinção reside na experiência de estranheza que o indivíduo atribui às suas próprias funções psicomotoras. A dificuldade em integrar suas ações motoras como provenientes de sua própria identidade levou à cunhagem do termo “estado segundo”, em alusão a uma segunda personalidade, embora se exclua a presença de transtornos de personalidade clássicos. A etiologia mais comumente associada à manifestação desse estado são os choques emocionais de elevada intensidade.
- Dissociação da Consciência: O estreitamento dissociativo da consciência caracteriza-se como um estado transitório no qual o campo da consciência, o foco e a margem apresentam-se distintamente separados. Essa divisão resulta na perda da sensação de unidade da própria personalidade, comprometendo, consequentemente, o senso de realidade do indivíduo. Este estado é frequentemente desencadeado por eventos de intensa ansiedade e observa-se comumente em indivíduos com crises conversivas (anteriormente denominadas histéricas) e/ou com diagnóstico de transtornos de personalidade histriônica e borderline.
- Transe: Configura-se como um estado transitório, frequentemente associado a explicações de natureza espiritual culturalmente reconhecidas, no qual o paciente aparenta estar em sono, porém manifesta atividade motora automática, estereotipada e não volitiva. Nesse estado, ocorre uma alteração na dinâmica do campo da consciência, com a personalidade do indivíduo deslocando-se para a margem, enquanto o foco da atenção é ocupado por uma experiência interpretada como uma entidade externa. Essa condição apresenta semelhanças com os fenômenos de incorporação observados em religiões de matrizes culturais específicas.
- Estado Hipnótico: Consiste em uma alteração transitória da consciência induzida por sugestão, na qual um hipnotizador promove um aumento da atenção concentrada do indivíduo e um estreitamento do seu foco. Para um observador menos atento, o estado de hipnose pode superficialmente assemelhar-se ao transe; contudo, nele estão ausentes os movimentos estereotipados e automáticos característicos do transe. Adicionalmente, na hipnose, a personalidade do indivíduo permanece no foco da consciência, embora de maneira intensificada e focalizada.
Desafios no Estudo da Consciência
A interpretação dos estudos sobre a consciência apresenta múltiplos desafios. Um exemplo relevante reside na intrincada e controversa relação entre atenção e consciência. Embora historicamente esses termos tenham sido utilizados quase como sinônimos, pesquisas recentes no domínio da percepção evidenciaram a possibilidade de direcionar a atenção para um determinado objeto sem que este seja conscientemente percebido. Essa constatação sugere que a atenção pode operar de forma independente da percepção consciente. Contudo, existem estudos que relatam o fenômeno inverso, onde a percepção consciente pode ocorrer na ausência de foco atencional, embora essa conclusão ainda seja objeto de debate na literatura científica (1).
Referências Bibliográficas
- Bear MF, Connors BW, Paradiso MA. Neurociências – Desvendando o sistema nervoso. 4. ed. Porto Alegre: ArtMed; 2017. 974 p.
- Kane MJ et al. For Whom the Mind Wanders, and When. Psychological Science. 2007;18(7):614-621.
- Kapczinski F, Jardim NS, Goodwin FK. Transtornos bipolares. 2. ed. Porto Alegre: Artmed; 2011.
- Tononi G, Koch C. The neural correlates of consciousness: an update. Annals of the New York Academy of Sciences. 2008;1124:239-255.