O Potencial Terapêutico da Copaifera langsdorffii (Copaíba)
Introdução
A Copaifera langsdorffii, popularmente conhecida como copaíba, é uma planta com um óleo-resina tradicionalmente empregado na medicina popular. Recentemente, estudos têm explorado suas propriedades terapêuticas em condições como cicatrização, litíase renal e, de forma promissora, na endometriose.
Nomenclatura e Compostos Bioativos
Nomenclatura
A Copaifera langsdorffii é identificada por diversos nomes populares, variando conforme a região, incluindo: óleo-pardo, capaúba, copaíba e copaibeira.
Compostos Bioativos
O principal componente de interesse terapêutico da Copaifera langsdorffii é o seu óleo-resina, que contém uma rica variedade de compostos bioativos, tais como:
- Óleo essencial: com constituintes como β-bisaboleno, β-cariofileno, humuleno e óxido de cariofileno (1).
- Taninos (1).
- Ácidos copaiférrico, copaiferrólico e copálico (1).
Principais Indicações e Atividades Farmacológicas
Cicatrização
O óleo-resina avermelhado da Copaifera langsdorffii tem sido objeto de diversos estudos que confirmam seu efeito benéfico na cicatrização de tecidos (1).
Litíase Renal
Pesquisas realizadas em modelos animais com a tintura (extrato hidroalcoólico) das folhas e ramos da copaíba demonstraram potencial para beneficiar a litíase renal. Observou-se a indução da eliminação de cálculos, bem como a redução de seu tamanho e alteração de sua morfologia (2). Contudo, é fundamental destacar que esse extrato específico (tintura das folhas e ramos) não é facilmente encontrado no mercado. Além disso, o óleo de copaíba, que é amplamente disponível, não apresenta o mesmo efeito na litíase renal (2).
Endometriose
Um estudo promissor, utilizando um sistema de nanocomposição do óleo-resina de copaíba em células ectópicas e eutópicas de endométrio, revelou um aumento da apoptose (morte celular programada) e a inibição da viabilidade das células endometriais (1). Esse achado abre novas perspectivas no tratamento da endometriose.
Toxicidade
Estudos de segurança realizados em animais com doses de 200-400 mg/kg de Copaifera langsdorffii demonstraram que essas dosagens se mostram seguras (1).
Referências Bibliográficas
- OLIVERI CARVALHO, L.; TERESINHA MILKE, L. Importância Terapêutica do Óleo-Resina de Copaíba: Enfoque para Ação Anti-inflamatória e Cicatrizante. Revista Eletrônica de Farmácia, [s.l.], v. 6, n. 2, p. 25–36, 2014.
- BRANCALION, A. P. S. Estudo fitoquímico e investigação da atividade antilitiásica do extrato hidroalcoólico das partes aéreas de Copaifera langsdorffii. 2010. Tese (Doutorado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2010. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60138/tde-01122010-113501/.
- SAAD, G. A. de; LÉDA, P. H. de O.; SÁ, I. M.; SEIXLACK, A. C. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.