Cuphea carthagenensis: Potencial Terapêutico na Hipertensão, Dislipidemia e Ansiedade


Cuphea carthagenensis: Potencial Terapêutico na Hipertensão, Dislipidemia e Ansiedade


Introdução

A Cuphea carthagenensis, popularmente conhecida como sete-sangrias, é uma planta herbácea com uso tradicional na medicina popular brasileira. Suas folhas e a planta inteira contêm uma vasta gama de compostos bioativos que têm sido investigados por suas propriedades farmacológicas, especialmente no manejo da hipertensão, dislipidemia e ansiedade, conferindo-lhe um potencial significativo em doenças cardiovasculares.


Aspectos Botânicos e Fitoquímicos

Nomenclatura e Partes Utilizadas

O nome científico da planta é Cuphea carthagenensis, sendo também referida como C. balsamona. Popularmente, é conhecida como sete-sangrias, pé-de-pinto ou erva-de-sangue. As folhas e a planta inteira são as partes utilizadas para fins terapêuticos (1).

Compostos Bioativos

A Cuphea carthagenensis é rica em diversos compostos bioativos, incluindo:

  • Óleo essencial (1).
  • Triterpenoides: β-amirina, ácido ursólico, ácido betulínico e cartagenol (1).
  • Fitoesteróis: Ergosterol, β-sitosterol e estigmasterol (1).
  • Taninos (1).
  • Pigmentos (1).
  • Mucilagens (1).
  • Saponinas (1).
  • Flavonoides: Luteolina, quercetina, ramnetina, isorramnetina e miricetina (1).

Ações Farmacológicas e Indicações Clínicas

As principais indicações para o uso da Cuphea carthagenensis são:

  • Hipertensão.
  • Dislipidemia.
  • Aterosclerose.

Hipertensão

Estudos pré-clínicos demonstraram que o extrato da planta é capaz de provocar hipotensão arterial em cobaias (1).

Aterosclerose e Colesterol

Dados indicam que uma fração do extrato de sete-sangrias é capaz de induzir o relaxamento da aorta torácica, sugerindo que essa espécie pode ser benéfica para as doenças cardiovasculares devido à sua capacidade de promover o relaxamento do músculo liso vascular (1). Além disso, uma análise bioquímica em animais tratados com extrato aquoso das folhas revelou uma redução significativa nos níveis de colesterol. Esse efeito, aliado ao efeito hipotensor, indica um importante potencial na prevenção de doenças cardiovasculares (1).

Ansiedade

Algumas pesquisas também indicam que o extrato aquoso de Cuphea carthagenensis apresenta atividade ansiolítica, mediada por receptores colinérgicos nicotínicos neuronais (1).


Posologia

As posologias recomendadas para Cuphea carthagenensis incluem:

  • Infusão: 3-4g da planta por xícara, 3 vezes ao dia (1).
  • Tintura: 5-20 mL/dia (1).
  • Extrato fluido: 1-4 mL/dia (1).

Contraindicações e Toxicidade

Até o momento, não há referências na literatura sobre contraindicações específicas ou toxicidade associada ao uso da Cuphea carthagenensis (1). No entanto, é fundamental que o uso seja acompanhado por um profissional de saúde qualificado.


Referências Bibliográficas

  1. SAAD, G. de A. et al. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.

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