Distúrbios do Sono em Trabalhadores de Turno: Abordagens Terapêuticas
Introdução
Trabalhadores de turno frequentemente enfrentam desafios significativos relacionados à dessincronização de seus ritmos circadianos, o que pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo distúrbios do sono e um risco aumentado para diversas condições crônicas.
Implicações Clínicas do Trabalho em Turno
Trabalhadores de turno apresentam maior incidência de insônia, além de um risco elevado para o desenvolvimento de obesidade, diabetes, infertilidade e transtornos gastrointestinais (1). Essas condições são frequentemente exacerbadas pela alteração crônica do ciclo sono-vigília e pela exposição inadequada à luz.
Estratégias de Manejo Clínico
O manejo dos distúrbios do sono em trabalhadores de turno envolve uma combinação de abordagens comportamentais e farmacológicas.
Orientações Comportamentais
O tratamento inicial deve focar em orientações sobre a importância de criar um ambiente propício para o sono diurno (1). Recomenda-se que o descanso ocorra em um ambiente silencioso e escuro para otimizar a qualidade do sono (1). Além disso, o uso de óculos escuros ao sair do trabalho é crucial para minimizar a exposição excessiva à luz, que pode inibir a produção de melatonina e dificultar a transição para o sono (1).
Suplementação
A melatonina na dosagem de 0,21 mg (ou 210 mcg) por dia tem sido considerada no início do sono diurno, embora com resultados discutíveis (1). Contudo, a administração de melatonina antes de cochilos programados durante o turno parece ser eficaz na promoção do sono (1).
A cafeína demonstra um bom efeito no controle da sonolência em trabalhadores de turno (1). Seu uso estratégico pode auxiliar na manutenção do estado de alerta durante o período de trabalho, mas deve ser utilizada com cautela para não comprometer o sono subsequente.
Referências Bibliográficas
- BACELAR LUCIANO RIBEIRO PINTO JR. et al. III Consenso Brasileiro de Insônia: Do Diagnóstico ao Tratamento. 2013.