Ação Imunomoduladora da Echinacea purpurea


Ação Imunomoduladora da Echinacea purpurea


Introdução

A Echinacea purpurea, popularmente conhecida como equinácea, é uma planta proeminente na fitoterapia, valorizada por suas propriedades imunomoduladoras.


Nomenclatura e Composição Fitoquímica

A Echinacea purpurea, também designada por nomes populares como equinácea, folha-roxa-cônica e cometa-roxo, tem suas partes aéreas como as utilizadas para fins medicinais (1).

Os compostos bioativos identificados na Echinacea purpurea incluem (1):

  • Derivados do ácido cafeico: ácido chicórico, ácido caftárico e ácido clorogênico.
  • Alquilamidas: equinaceína.
  • Polissacarídeos: arabinogalactana, inulina.
  • Flavonoides: quercetina, caempferol.
  • Terpenoides: lactonas sesquiterpênicas.
  • Óleo essencial: borneol, acetato de bornila, pentadeceno, cariofileno.
  • Ácidos graxos.
  • Vitaminas: tiamina e riboflavina.

Principais Indicações: Infecções Crônicas e Imunomodulação

A Echinacea purpurea é primariamente indicada para infecções crônicas bacterianas e virais (1).

Efeitos no Sistema Imune

Estudos indicam que os polissacarídeos, os derivados do ácido cafeico e as alquilamidas presentes na Echinacea sp., apesar de suas ações não específicas no sistema imune, têm a capacidade de incrementar a capacidade fagocitária das células de defesa, com estímulo às células T (1).

Um estudo em animais, que utilizou 50 mg/kg de extrato de equinácea misturado à dieta por 8 semanas, observou um aumento na circulação de linfócitos nas duas primeiras semanas e um aumento no nível de interleucina-2 (IL-2) que atingiu o pico na quinta semana (1).

Outro estudo, in vitro, avaliou os efeitos do extrato sobre as células Natural Killer (NK) presentes no sangue, demonstrando que o extrato foi capaz de potencializar a citotoxicidade mediada por essas células, além de exibir atividade antiviral contra o vírus da herpes (1).

Uma metanálise de seis estudos, que incluiu 2458 participantes, constatou que o uso do extrato etanólico de equinácea é capaz de reduzir o risco de recorrência de infecções e complicações (1). A análise também afirmou que um aumento da dosagem durante infecções agudas intensifica os efeitos antivirais e anti-inflamatórios (1). Outra metanálise sugeriu uma redução de 10% a 20% na frequência das infecções respiratórias quando comparado ao placebo, embora tenha ressaltado a heterogeneidade dos estudos (1).


Posologia

A posologia da Echinacea purpurea varia conforme a apresentação (1):

  • Infusão: 1 g por xícara, 3 vezes ao dia.
  • Tintura (1:5, etanol 45%): 2 a 5 mL, 3 vezes ao dia.
  • Extrato fluido (1:1, etanol 45%): 0,5 a 1 mL, 3 vezes ao dia.
  • Extrato seco: 3% de ácido chicórico – 200 mg (equivalente a 6 mg de ácido chicórico), 2 a 3 vezes ao dia.
  • Extrato das partes floridas: Contendo 13-36 mg da soma dos ácidos caftárico e chicórico por dia (RDC 26/2014).

Contraindicações e Toxicidade

A utilização de Echinacea purpurea é contraindicada para (1):

  • Gestantes e lactantes, devido à falta de estudos conclusivos sobre a segurança nessas populações.
  • Indivíduos em uso de imunossupressores.

A literatura não recomenda o uso por mais de 8 semanas devido a potenciais riscos de danos hepáticos (1).


Referências Bibliográficas

  1. SAAD, G. de A.; LÉDA, P. H. de O.; SÁ, I. M.; SEIXLACK, A. C. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.

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