Eugenia uniflora: Potencial Terapêutico e Aplicações Clínicas
Introdução
A Eugenia uniflora, popularmente conhecida como pitanga, é uma planta nativa amplamente reconhecida por suas propriedades medicinais. Suas folhas e frutos contêm uma vasta gama de compostos bioativos que conferem-lhe potencial terapêutico em diversas condições clínicas, desde distúrbios inflamatórios até o manejo da hipertensão.
Aspectos Botânicos e Fitoquímicos
Nomenclatura e Partes Utilizadas
A pitanga é cientificamente denominada Eugenia uniflora. As folhas e o fruto são as partes da planta mais utilizadas para fins terapêuticos.
Compostos Bioativos
A Eugenia uniflora é rica em uma variedade de compostos bioativos, que incluem:
- Flavonoides: Quercetina, miricetrina e miricetina (1).
- Antocianinas (1).
- Terpenoides (1).
- Glicosídeos (1).
- Óleo essencial (1).
- Ácidos graxos sesquiterpenoides (1).
- Taninos (1).
Ações Farmacológicas e Indicações Clínicas
Gota
Os flavonoides presentes nas folhas de E. uniflora demonstraram capacidade de inibir a enzima xantina oxidase, o que sugere um papel auxiliar no tratamento da gota (1). Além disso, a atividade anti-inflamatória observada nas folhas, quando preparadas na forma de infusão, pode ser empregada para aliviar a dor e a inflamação associadas a essa condição (1).
Gengivite
Estudos indicam que os constituintes dos frutos da pitanga possuem propriedades anti-inflamatórias que atuam na gengivite (1). Sugere-se que os polifenóis (flavonoides e taninos) e os terpenoides, presentes em todas as partes da planta, sejam os bioativos mais relevantes para esse efeito (1).
Diarreia
O decocto das folhas de E. uniflora apresentou atividade antidiarreica, conforme observado em pesquisas (1).
Hipertensão Arterial
Estudos realizados em modelos animais demonstraram que a Eugenia uniflora possui atividade hipotensora, vasodilatadora e diurética, indicando seu potencial no manejo da hipertensão arterial (1).
Posologia
As formas de uso e posologias recomendadas para Eugenia uniflora incluem:
- Infusão ou decocção a 3%: 50-200 mL/dia (1).
- Extrato fluido: 1-6 mL/dia (1).
- Tintura: 5-30 mL/dia (1).
- Xarope: 10-60 mL/dia (1).
Toxicidade
Estudos em animais indicaram que doses muito elevadas de extratos de Eugenia uniflora podem apresentar toxicidade:
- 250 mg/kg: Demonstrou toxicidade no sistema nervoso central (1).
- 500 mg/kg: Revelou hepatotoxicidade (1).
É crucial, portanto, aderir às posologias recomendadas para evitar potenciais efeitos adversos.
Referências Bibliográficas
- SAAD, G. de A.; LÉDA, P. H. de O.; SÁ, I. M.; SEIXLACK, A. C. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.