Farmacologia dos Anti-Inflamatórios: Uma Visão Geral
Introdução
A inflamação é um processo fisiopatológico fundamental que, embora classicamente associado a condições como a artrite reumatoide, desempenha um papel significativo na maioria das doenças encontradas na prática clínica. Consequentemente, os agentes anti-inflamatórios são amplamente utilizados em praticamente todas as especialidades médicas (1).
Classes de Fármacos Anti-inflamatórios
Os fármacos anti-inflamatórios podem ser convenientemente categorizados em sete grandes grupos, com mecanismos de ação distintos, mas complementares, no manejo da resposta inflamatória:
- Inibidores da COX: Incluem os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs/NSAIDs) e os inibidores seletivos da COX-2 (coxibes) (1). Esses agentes atuam bloqueando a ciclo-oxigenase, enzima chave na síntese de prostaglandinas e tromboxanos, mediadores importantes da inflamação.
- Fármacos Antirreumáticos Modificadores da Doença (DMARDs): Essa classe abrange uma variedade de compostos, incluindo alguns imunossupressores (1). Os DMARDs são utilizados principalmente em doenças reumáticas crônicas, buscando não apenas controlar os sintomas, mas também modificar o curso da doença e prevenir danos articulares.
- Glicocorticoides: São potentes agentes anti-inflamatórios e imunossupressores que atuam em diversos níveis da cascata inflamatória, inibindo a produção de mediadores inflamatórios e a função de células imunes.
- Anticitocinas e Outros Agentes Biológicos: Esta categoria representa uma abordagem mais moderna, utilizando anticorpos monoclonais ou proteínas de fusão que visam especificamente citocinas pró-inflamatórias (como TNF-α, IL-6, IL-17) ou receptores de superfície celular.
- Anti-histamínicos: Utilizados predominantemente no tratamento da inflamação de origem alérgica (1), esses fármacos bloqueiam os receptores de histamina, um importante mediador liberado em reações alérgicas e processos inflamatórios.
- Fármacos para o Controle da Gota: Esta classe inclui agentes que visam reduzir a produção de ácido úrico (inibidores da xantina oxidase) ou aumentar sua excreção (uricosúricos), bem como anti-inflamatórios que controlam as crises agudas de gota, como colchicina e AINEs (1).
Referências Bibliográficas
- RITTER, J. M. et al. Rang & Dale Farmacologia. 9. ed. Guanabara Koogan, 2020. 789 p.