Favismo: Compreendendo a Intolerância à Fava e a Deficiência de G6PD


Favismo: Compreendendo a Intolerância à Fava e a Deficiência de G6PD


Introdução

O favismo é uma condição que se manifesta como uma reação adversa ao consumo de favas ou à inalação do pólen da planta Vicia faba, popularmente conhecida como feijão-fava ou fava silvestre (1). Essa intolerância é, na verdade, uma manifestação clínica da deficiência de uma enzima crucial nos eritrócitos.


Fisiopatologia

O favismo resulta de uma deficiência hereditária da enzima Glicose-6-Fosfato Desidrogenase (G6PD) eritrocitária (1). A G6PD é fundamental para os eritrócitos, pois é essencial na manutenção de níveis adequados das formas reduzidas de glutationa e NADPH. Essas moléculas são vitais para proteger as células contra danos oxidativos (1).

Consequentemente, os eritrócitos de indivíduos com deficiência de G6PD são significativamente mais suscetíveis a danos oxidativos (1). As favas contêm diversos oxidantes naturais, como a vicina e a convicina, que são capazes de lesar os eritrócitos desses indivíduos (1). A deficiência de G6PD é o defeito enzimático hereditário mais comum em humanos globalmente (1).


Diagnóstico

O diagnóstico da deficiência de G6PD é estabelecido por meio de um teste da atividade enzimática da G6PD em eritrócitos isolados (1).


Sinais e Sintomas

O início dos sintomas do favismo é rápido, geralmente ocorrendo entre 5 e 24 horas após a ingestão de favas ou a exposição ao pólen (1). Os sintomas mais comuns incluem:

  • Palidez (1)
  • Fadiga (1)
  • Dispneia (dificuldade para respirar) (1)
  • Náusea (1)
  • Dor abdominal e/ou nas costas (1)
  • Febre (1)
  • Calafrio (1)

Em casos mais raros, a condição pode progredir para hemoglobinúria (presença de hemoglobina na urina), icterícia (coloração amarelada da pele e olhos) e insuficiência renal (1). A prevalência do favismo tende a ser maior durante o período de floração da planta, devido ao aumento dos níveis de pólen no ar (1).


Referências Bibliográficas

  1. ROSS, A. C. et al. Nutrição Moderna de Shills na Saúde e na Doença. 11. ed. São Paulo: Manole, 2016. 1642 p.

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