Funcho (Foeniculum vulgare): Propriedades, Indicações e Considerações Clínicas
Introdução
O funcho (Foeniculum vulgare), também conhecido como erva-doce ou erva-doce brasileira, é uma planta aromática amplamente utilizada tanto na culinária quanto na medicina tradicional. Suas folhas e frutos são ricos em uma variedade de compostos bioativos que conferem propriedades terapêuticas, especialmente no alívio de cólicas e no suporte digestivo e hepatoprotetor.
Nome Científico e Popular
- Nome Científico: Foeniculum vulgare
- Nome Popular: Funcho; Erva-doce; Erva-doce brasileira
Parte Utilizada
As partes da planta utilizadas são os frutos e as folhas (1).
Principais Compostos Bioativos
O funcho é rico em uma complexa composição de compostos, incluindo:
- Óleo essencial: Contém trans-etanol, fenchona e estragol (1).
- Ácidos graxos: Ácido linoleico, ácido palmítico e ácido oleico (1).
- Compostos fenólicos: Como ácido 3-cafeoilquínico e ácido 4-cafeoilquínico (1).
- Flavonoides: Quercetina, rutina e isoquercitrina (1).
- Poliactilenos: Falcarinol, falcarindiol e 3-acetato-falcarindiol (1).
Principais Indicações e Efeitos no Organismo
O funcho é indicado para diversas condições, devido aos seus efeitos fisiológicos:
Cólicas Abdominais e Dismenorreia
O funcho é amplamente utilizado para aliviar cólicas abdominais e cólicas menstruais (dismenorreia). Estudos clínicos comparativos entre o uso oral do óleo essencial de funcho e o ácido mefenâmico revelaram que ambas as substâncias são eficientes no combate à dor na dismenorreia (1). Além disso, sua atividade anti-inflamatória foi comprovada em cobaias com a administração oral de 250 mg de extrato metanólico (1). Embora algumas voluntárias em estudos tenham se queixado do sabor desagradável, a eficácia do uso oral na redução da gravidade da dismenorreia foi observada (1).
Efeitos Digestivos
A infusão das folhas de funcho após as refeições é considerada sedativa e digestiva (1), auxiliando no processo de digestão e no alívio de desconfortos gastrointestinais.
Efeito Hepatoprotetor
O funcho também é indicado por seu potencial efeito hepatoprotetor.
Posologia
As posologias sugeridas para o funcho, dependendo da forma de apresentação, são:
- Planta seca: 5-7 g/dia (1).
- Infusão ou decocto a 2,5%: 50-200 mL/dia (1).
- Pó: 1-5 g/dia (1).
- Tintura: 5-25 mL/dia (1).
- Óleo essencial: 0,1-0,5 mL/dia (1).
- Extrato fluido: 20-30 gotas, três vezes ao dia (1).
Contraindicações, Efeitos Adversos e Toxicidade
O uso de funcho é contraindicado em certas situações e pode causar efeitos adversos, especialmente em doses elevadas:
- Contraindicado em pessoas agitadas ou com hipermenorreia (menstruação excessiva) (1).
- Pode causar dermatite de contato (1).
- Altas doses do óleo essencial podem provocar efeitos neurológicos adversos, como delírios, confusão, agitação, convulsões e mania (1).
Referências Bibliográficas
- SAAD, G. de A. et al. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.