Frequência Alimentar: Implicações no Metabolismo e Colesterol


Frequência Alimentar: Implicações no Metabolismo e Colesterol


Introdução

A discussão sobre a frequência alimentar ideal, seja por meio de múltiplos “lanches” ao longo do dia ou de menos refeições com maior volume, permanece um tema de debate na literatura científica. Os estudos atuais apresentam resultados conflitantes, impedindo um consenso sobre os reais benefícios de cada estratégia para a saúde metabólica.


Padrões de Frequência Alimentar

Até o momento, os dados disponíveis sobre a frequência alimentar não fornecem um consenso claro sobre qual estratégia, mais “lanches” ou menos refeições com maior volume, oferece benefícios superiores (1).

Alguns estudos sugerem que o padrão alimentar conhecido como “grazing” (caracterizado por consumo frequente ao longo do dia) está relacionado a uma maior ingestão energética total e um maior consumo calórico no período noturno (1).


Influência no Colesterol

A influência da frequência alimentar nos níveis de colesterol tem sido investigada, embora com resultados que requerem interpretação cuidadosa:

  • Um estudo observou que o aumento da frequência alimentar induziu uma redução significativa do colesterol total e do LDL-C (colesterol de lipoproteína de baixa densidade) (1). Contudo, nesse estudo específico, essa redução ocorreu concomitantemente a uma diminuição da ingestão de carboidratos (1).
  • Foi demonstrado que um aumento na frequência de refeições pode diminuir as concentrações de insulina, o que, por sua vez, provavelmente reduz a síntese de colesterol (1). Esse efeito pode ser atribuído, em parte, ao menor consumo de carboidratos (1).
  • Além da ação da insulina, outro possível mecanismo para a redução do colesterol pode estar relacionado ao aumento da remoção do colesterol (transporte reverso do colesterol) no período pós-prandial de refeições contendo gorduras, e a um efeito inibitório do colesterol e da gordura na enzima HMG-CoA redutase (1).

A complexidade das interações entre a frequência alimentar, a composição da dieta (especialmente de carboidratos e gorduras) e o metabolismo lipídico sugere que os efeitos no colesterol são multifatoriais e não podem ser atribuídos apenas à frequência de refeições.


Referências Bibliográficas

  1. PAOLI, A. et al. The influence of meal frequency and timing on health in humans: The role of fasting. Nutrients, v. 11, n. 4, p. 1–19, 2019.

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