Metabolismo da Glicose e Glicogênio no Desempenho Físico
Introdução
O corpo humano utiliza diversas vias para a produção de energia, sendo a glicólise uma das mais importantes. Este processo envolve o metabolismo da glicose-6-fosfato (G6P), que pode ser derivada tanto do glicogênio armazenado quanto da glicose circulante no sangue, resultando na produção de ATP por meio de reações de fosforilação (1). A compreensão de como o glicogênio é armazenado e utilizado no fígado e nos músculos é fundamental para otimizar o desempenho físico, especialmente em atletas.
Glicogênio Hepático
O fígado desempenha um papel crucial na manutenção da homeostase da glicose sanguínea. Isso se deve à presença da enzima glicose-6-fosfatase, que permite que a G6P seja quebrada para formar glicose livre. Essa glicose livre pode então ser liberada na corrente sanguínea, fornecendo energia para outros tecidos do corpo (1). Por essa razão, o fígado é vital para regular a concentração de glicose no sangue, algo que o tecido muscular não consegue fazer diretamente (1).
Glicogênio Muscular
Diferentemente do fígado, os músculos esqueléticos não possuem a enzima glicose-6-fosfatase (1). Consequentemente, eles não conseguem converter a glicose-6-fosfato (G6P) em glicose livre para ser liberada na corrente sanguínea (1). O glicogênio armazenado nos músculos é utilizado primariamente para suprir a demanda energética do próprio músculo durante a contração.
A capacidade de estoque de glicogênio muscular é de aproximadamente 15 g/kg de peso corporal, podendo acomodar até 500 g antes que o excesso de carboidratos seja convertido em gordura (1).
Após um período de treinamento de 45 minutos, por exemplo, pode haver uma queda de 27% a 44% do glicogênio muscular (1). O período mais rápido de ressíntese de glicogênio ocorre de 30 a 60 minutos após o exercício, e é notável que, nesse período, a ressíntese pode acontecer sem a necessidade de insulina (1). Curiosamente, quanto menores os estoques de glicogênio, maior a capacidade do músculo de transportar glicose (1).
Implicações da Dieta e Desempenho
Uma dieta com baixo teor de carboidratos (CHO) geralmente resulta em uma baixa concentração de lactato (1). Em resumo, a manutenção de baixos níveis de CHO se associa a uma menor performance física (1).
Para fisiculturistas (bodybuilders), as recomendações nutricionais para otimizar a composição corporal e o desempenho incluem:
- Gorduras (LIP): 0,5 a 1,5 g/kg de peso corporal (1).
- Proteínas (PTN): 1,6 a 2,6 g/kg de peso corporal (1).
- O restante das calorias deve ser fornecido por carboidratos (1).
Referências Bibliográficas
- JEUKENDRUP, A. E.; GLEESON, M. Nutrição no esporte – Diretrizes nutricionais e bioquímica e fisiologia do exercício. 3. ed. São Paulo: Manole, 2021. 559 p.