Ilex paraguariensis (erva-mate): Propriedades Terapêuticas e Aplicações Clínicas
Introdução
A Ilex paraguariensis, conhecida popularmente como erva-mate, é uma planta com ampla utilização cultural e crescentes evidências científicas de suas propriedades estimulantes, antioxidantes, hepatoprotetoras, diuréticas, digestivas e hipolipemiantes, além de seu potencial no manejo do peso corporal.
Nomenclatura e Componentes
- Nome Científico: Ilex paraguariensis (1)
- Nome Popular: Mate, congonha, erva-congonha, erva, chá-mate (1)
- Partes Utilizadas: Folhas e ramos (1)
Compostos Bioativos
A Ilex paraguariensis contém uma rica variedade de compostos bioativos:
- Alcaloides xantínicos: Cafeína, teobromina, teofilina (1)
- Flavonoides: Caempferol, quercetina e rutina (1)
- Taninos (1)
- Terpenos: Ácido ursólico, β-amirina, ilexosídeo A, ilexosídeo B, metiléster metassaponinas 1, 2, 3 (1)
- Saponinas (1)
Principais Indicações Terapêuticas
As principais indicações para o uso da erva-mate incluem:
- Estimulante (1)
- Antioxidante (1)
- Hepatoprotetor (1)
- Diurético (1)
- Digestivo (1)
- Hipolipemiante (1)
- Emagrecimento (1)
Estimulante
O extrato alcoólico da erva-mate demonstrou ser capaz de melhorar a cognição, a memória e o aprendizado em ratos, tanto em curto quanto em longo prazo (1). Essa ação, aparentemente, ocorre através do antagonismo dos receptores de adenosina (1).
Parkinson
Foi sugerido que o extrato hidroalcoólico da erva-mate pode ter um perfil antiparkinsoniano (1). Isso se deve, provavelmente, à sua atividade antioxidante e à ação antagonista sobre os receptores de adenosina A2 (1).
Digestivo
O efeito digestivo, colerético (aumento do fluxo biliar) e a melhora da motilidade intestinal da erva-mate são atribuídos à combinação dos compostos químicos presentes na infusão das folhas (1).
Antioxidante
A presença de cafeína, ácidos fenólicos e saponinas confere à planta sua capacidade antioxidante, protegendo contra os danos causados pelos radicais livres (1).
Síndrome Metabólica e Emagrecimento (+)
Em ratos, o extrato aquoso da planta demonstrou melhorar a resistência à insulina, o diabetes e a dislipidemia (pela diminuição dos níveis de triglicerídeos, ácidos graxos e colesterol total) (1). Além disso, mostrou capacidade de melhorar significativamente o nível de adiponectina, diminuindo o tecido adiposo e melhorando a esteatose hepática (1). Também foi capaz de reduzir o esvaziamento gástrico (1).
Um estudo duplo-cego, realizado com indivíduos obesos, indicou que o extrato da erva-mate contribuiu para a redução da gordura corporal após 6 semanas de uso (1).
Posologia
A posologia recomendada para a erva-mate varia conforme a apresentação:
- Folhas secas: 2-4g/xícara, a ser tomada 3 vezes ao dia (1)
- Extrato fluido de 1:1 de álcool a 25º GL: 2-4 mL, 3 vezes ao dia (1)
Contraindicações e Toxicidade
O uso da erva-mate deve ser evitado em casos de:
- Ansiedade (1)
- Sensibilidade à cafeína (1)
- Colite ou gastrite (1)
Referências Bibliográficas
- SAAD, G. A.; LÉDA, P. H. O.; SÁ, I. M.; SEIXLACK, A. C. Fitoterapia Contemporânea: Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.