Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA): Mecanismos e Aplicações Clínicas
Introdução
Os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) são uma classe de medicamentos cardiovasculares essenciais. Eles exercem seus efeitos terapêuticos ao modular o sistema renina-angiotensina-aldosterona, influenciando tanto a pressão arterial quanto a função cardíaca.
Mecanismo de Ação e Efeitos Fisiológicos
Os medicamentos da classe IECA atuam nos vasos de capacitância e de resistência, o que resulta na redução da carga cardíaca e da pressão arterial (1). Sua ação preferencial ocorre sobre os leitos vasculares sensíveis à angiotensina, que incluem os rins, o coração e o cérebro. Essa seletividade é crucial para garantir a perfusão adequada desses órgãos (1), mantendo o suprimento sanguíneo necessário mesmo com a redução da pressão.
Uso Clínico
Os IECA são amplamente indicados em diversas condições cardiovasculares e renais:
- Hipertensão: Reduzem a pressão arterial elevada.
- Insuficiência Cardíaca: Melhoram a função cardíaca e reduzem a sobrecarga.
- Pós-infarto do Miocárdio: Indicados quando há disfunção ventricular, auxiliando na remodelação cardíaca.
- Nefropatia Diabética: Protegem os rins em pacientes com diabetes.
- Insuficiência Renal Crônica: Ajudam a prevenir a progressão da doença renal.
Efeitos Adversos
Os efeitos adversos dos IECA estão relacionados à inibição da ECA, sendo comuns a todos os fármacos dessa classe (1).
- Hipotensão: Um efeito adverso comum, especialmente após a primeira dose. É mais pronunciada em pacientes com insuficiência cardíaca que já foram tratados com diuréticos de alça, nos quais o sistema renina-angiotensina já está ativado (1).
- Tosse Seca: Outro efeito adverso frequente, possivelmente devido ao acúmulo de bradicinina, uma substância que a ECA normalmente degrada (1).
Referências Bibliográficas
- Ritter, J. M. et al. Rang & Dale Farmacologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020. 789 p.