Inibidores de Alfa-Glicosidase: Mecanismo de Ação e Implicações Clínicas


Inibidores de Alfa-Glicosidase: Mecanismo de Ação e Implicações Clínicas


Introdução

Os inibidores de alfa-glicosidase são uma classe de fármacos que atuam no lúmen intestinal, retardando a absorção de glicose sem influenciar diretamente a secreção ou a utilização da insulina.


Fisiologia e Mecanismo de Ação

Os inibidores de alfa-glicosidase são substâncias farmacológicas que atuam no trato gastrointestinal para retardar a absorção de glicose (1). É importante ressaltar que esses agentes não interferem na utilização da glicose pelos tecidos nem na secreção de insulina pelo pâncreas (1).

Sua ação ocorre no lúmen intestinal. Os inibidores de alfa-glicosidase são administrados imediatamente antes de cada refeição. Seu mecanismo de ação consiste na inibição da enzima alfa-glicosidase, que é responsável pela clivagem de oligossacarídeos em açúcares mais simples, como a glicose, dentro do lúmen intestinal. Ao inibir essa enzima, a digestão e, consequentemente, a absorção de carboidratos são retardadas, resultando em um controle mais suave dos níveis de glicose pós-prandial (1).


Efeitos Colaterais

Os principais efeitos colaterais associados ao uso de inibidores de alfa-glicosidase são de natureza gastrointestinal, incluindo (1):

  • Diarreia
  • Flatulência
  • Distensão abdominal

Adicionalmente, esses agentes podem levar a episódios de hipoglicemia, embora seja menos comum quando utilizados como monoterapia (1).


Contraindicações

A utilização de inibidores de alfa-glicosidase é contraindicada em determinadas condições clínicas (1):

  • Indivíduos com Doença Inflamatória Intestinal (DII).
  • Pacientes com gastroparesia.
  • Pacientes com creatinina sérica superior a 177 μmol/L (2 mg/dL), indicando comprometimento significativo da função renal.

Referências Bibliográficas

  1. Jameson JL, Fauci AS, Kasper DL, Hauser SL, Longo DL, Loscalzo J. Medicina Interna de Harrison. 20. ed. Porto Alegre: ArtMed; 2021. 3522 p.