Melilotus officinalis: Potencial Terapêutico em Distúrbios Venosos e Inflamatórios
Introdução
A Melilotus officinalis, conhecida popularmente como meliloto ou trevo-amarelo, é uma planta herbácea cujas folhas e inflorescências são valorizadas por suas propriedades medicinais. Rica em cumarinas e outros compostos bioativos, esta planta tem sido investigada por seus efeitos no tratamento de linfedemas, insuficiência venosa e diversas condições inflamatórias.
Aspectos Botânicos e Fitoquímicos
Nomenclatura e Partes Utilizadas
O nome científico da planta é Melilotus officinalis, sendo popularmente referida como meliloto, trevo-amarelo ou trevo-doce. As folhas e a inflorescência são as partes utilizadas para a extração de seus compostos bioativos (1).
Compostos Bioativos
A Melilotus officinalis é rica em uma variedade de compostos bioativos, incluindo:
- Cumarinas: Melitotosídeos A1, B1, C1 (1).
- Cumarinas substituídas: Melitonina, umbeliferona e escopoletina (1).
- Flavonoides: Robinina, caempferol e quercetina (1).
- Saponinas triterpenoídicas: Soiasaponina I, wistariassaponina D e astragalosídeo VIII (1).
- Polissacarídeos (1).
- Ácidos fenólicos: Melilótico e cafeico (1).
- Óleo essencial (1).
Ações Farmacológicas e Indicações Clínicas
As principais indicações para o uso do Melilotus officinalis são:
- Linfedema.
- Insuficiência venosa.
- Hemorroidas.
- Veias varicosas.
- Inflamações pós-traumáticas.
- Picadas de inseto.
Doenças Inflamatórias
O uso tradicional do meliloto no tratamento de doenças inflamatórias tem sido comprovado (1). O extrato das partes aéreas da planta demonstra ser um potente inibidor da migração de leucócitos e exibe um importante efeito anti-inflamatório (1).
Linfedemas
As cumarinas presentes no extrato de meliloto demonstraram efeito na redução de linfedemas (1). Um estudo utilizou o extrato na dose de 400 mg, contendo 8 mg de cumarinas, durante 6 meses, e foi efetivo na redução do linfedema (1).
Insuficiência Venosa Crônica
Um trabalho encontrou resultados positivos com o uso da planta no tratamento da insuficiência venosa crônica (1).
Posologia
As posologias recomendadas para Melilotus officinalis variam conforme a via de administração:
Uso Oral (para Varizes e Linfedema)
- Extrato seco (5:1): 600 mg, 3 vezes ao dia (1).
- Extrato fluido: 30 gotas, 3 vezes ao dia (1).
- OBS: A dose final de cumarina não deve ultrapassar 5 mg/dia (1).
Uso Tópico
- Emplastro: Para picadas de inseto (1).
- Compressas do decocto: Preparado com 2-4g da planta para 150mL de água. Utilizado para dores e sensação de peso nas pernas (1).
Contraindicações e Segurança
O uso de Melilotus officinalis é contraindicado ou exige cautela nas seguintes situações:
- Pacientes com úlceras gástricas ou duodenais (1).
- Pacientes em tratamento com anticoagulantes, devido ao potencial de interação com as cumarinas e risco de hemorragias (1).
- Cuidado especial é necessário, pois a planta pode apresentar hepatotoxicidade (1).
Referências Bibliográficas
- SAAD, G. de A. et al. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.