Ações Farmacológicas e Implicações Clínicas da Mentha pulegium
Introdução
A Mentha pulegium, popularmente conhecida como poejo, é uma planta utilizada na medicina tradicional com diversas aplicações terapêuticas.
Aspectos Botânicos e Fitoquímicos
Nome Científico e Nomenclatura Popular
A espécie em questão é a Mentha pulegium, referida popularmente como poejo, poejinho ou poejo real.
Parte Utilizada
A parte aérea da planta é a porção utilizada para fins terapêuticos (1).
Compostos Bioativos
A Mentha pulegium possui uma composição fitoquímica diversificada, incluindo:
- Óleo essencial: Contém compostos como pulegona, piperitona, borneol e mentona (1).
- Taninos (1).
- Flavonoides: Dentre eles, destacam-se diosmina, hesperidina, luteolina, hispidulina, apigenina, pedalitina e jaceosidina (1).
- Compostos Fenólicos: Incluem o ácido rosmarínico (1).
É importante ressaltar a existência de três quimiotipos distintos de poejo, que se diferenciam pelos seus constituintes principais. Estes podem ser pulegona, piperitenona e/ou piperitona, ou isomentona/neoisomentol (1).
Indicações Clínicas
Expectorante
O óleo essencial da Mentha pulegium atua como expectorante, promovendo a fluidificação das secreções respiratórias e auxiliando na sua eliminação (1). Esta propriedade justifica seu uso em condições como gripes e resfriados.
Efeitos Uterinos
A Mentha pulegium é tradicionalmente empregada para induzir o aborto (1). Estudos in vivo demonstraram que o óleo essencial da planta é capaz de inibir a contratilidade do miométrio, sendo a pulegona o principal componente responsável por este efeito (1).
Considerando que os constituintes do óleo essencial podem ser metabolizados em substâncias tóxicas com capacidade de interagir com proteínas celulares e induzir danos celulares, a inibição da contratilidade uterina sugere que o útero pode ser estimulado indiretamente por esses metabólitos tóxicos, e não por um efeito direto do óleo essencial (1).
Posologia e Precauções
Posologia Recomendada
A administração da Mentha pulegium pode ser realizada por meio de:
- Infusão: Uma colher de sopa de folhas por xícara, administrada de 2 a 3 vezes ao dia (1).
- Planta seca: Dose diária variando de 0,5 a 2 gramas (1).
- Tintura: Dose diária de 2,5 a 10 mL (1).
- Tintura mãe: Dose diária de 1 a 5 mL (1).
É crucial seguir rigorosamente as doses preconizadas para evitar o risco de toxicidade hepática (1).
Contraindicações
A utilização da Mentha pulegium é contraindicada para:
- Gestantes (1).
- Lactantes (1).
Referências Bibliográficas
- SAAD, G. A. de; LÉDA, P. H. de O.; SÁ, I. M.; SEIXLACK, A. C. Fitoterapia Contemporânea – Tradição e Ciência na Prática Clínica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 441 p.