Conduta Clínica: Morus alba (Amora Branca) no Manejo do Diabetes
Introdução
A Morus alba, conhecida popularmente como amora branca, tem sido amplamente estudada por seu potencial terapêutico, especialmente no contexto do diabetes mellitus. Suas folhas são a parte da planta mais comumente utilizada para fins medicinais.
Principais Indicações
A principal indicação do uso da Morus alba é no manejo do diabetes, atuando como um coadjuvante no controle glicêmico. Seus mecanismos de ação são múltiplos e incluem:
- Ação antioxidante e anti-inflamatória: Contribui para a redução do estresse oxidativo e da inflamação, fatores que podem agravar a resistência à insulina e a disfunção das células β-pancreáticas.
- Inibição da α-glicosidase intestinal: Esse efeito enzimático resulta em menor digestão e absorção de carboidratos no intestino, o que leva a uma redução da glicemia pós-prandial.
- Melhora da função das células β-pancreáticas: Embora os mecanismos exatos ainda estejam sob investigação, a Morus alba parece contribuir para a preservação e melhora da funcionalidade das células produtoras de insulina.
Uma meta-análise recente (1) demonstrou que o uso do extrato encapsulado ou da infusão de Morus alba resultou em uma melhora significativa da glicemia pós-prandial. Contudo, a mesma análise não identificou alterações significativas nos níveis de hemoglobina glicada (HbA1c) ou na glicemia de jejum.
Principais Compostos Ativos
Os efeitos benéficos da Morus alba são atribuídos à presença de diversos compostos bioativos, com destaque para:
- Flavonoides: Incluindo quercetina, rutina e isoquercitina, conhecidos por suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
- Ácidos fenólicos: Outra classe de compostos com potente atividade antioxidante.
- Estilbenoides: Compostos que também contribuem para os efeitos terapêuticos da planta.
Referências Bibliográficas
- PHIMARN, W.; WICHAIYO, K.; SILPSAVIKUL, K.; SUNGTHONG, B.; SARAMUNEE, K. A meta-analysis of efficacy of Morus alba Linn. to improve blood glucose and lipid profile. Eur J Nutr, v. 56, n. 4, p. 1509–1521, 14 jun. 2017. Disponível em: http://link.springer.com/10.1007/s00394-016-1197-x. Acesso em: 25 jun. 2025.