Fundamentos do Desenvolvimento Psicossocial na Primeira Infância


Fundamentos do Desenvolvimento Psicossocial na Primeira Infância


Introdução

O desenvolvimento psicossocial na primeira infância é um processo dinâmico no qual a individualidade emergente do bebê se entrelaça com suas interações sociais. Compreender as fases desse desenvolvimento, desde as primeiras emoções até a formação do apego e a socialização, é crucial para promover um crescimento saudável e identificar fatores de risco.


Padrões de Desenvolvimento Psicossocial: Do Nascimento aos 36 Meses

Embora os bebês sigam padrões de desenvolvimento universais, cada um possui uma personalidade única – uma combinação de emoções, temperamento, pensamentos e comportamentos (1). A partir do nascimento, a personalidade se interliga com as relações sociais, caracterizando o desenvolvimento psicossocial (1).

A tabela a seguir resume os aspectos mais importantes desse desenvolvimento:

Idade (meses)Características Principais (1)
0-3Os bebês são abertos à estimulação, demonstrando interesse e curiosidade, e sorriem prontamente para as pessoas.
3-6Podem antecipar eventos e demonstram decepção caso não ocorram, expressando-se com raiva ou cautela. Sorriem, arrulham e riem frequentemente, marcando um despertar social e trocas recíprocas com o cuidador.
6-9Engajam-se em “jogos sociais” para obter respostas, “conversam”, tocam e agradam outros bebês. Expressam emoções mais diferenciadas, como alegria, medo, raiva e surpresa.
9-12Preocupam-se significativamente com o principal cuidador, podendo manifestar medo de estranhos e agir de forma submissa em situações novas. Próximo ao primeiro ano, comunicam emoções mais claramente, com variações de humor, ambivalência e gradação de sentimentos.
12-18As crianças exploram o ambiente utilizando os cuidadores como base segura. Ao dominar o ambiente, tornam-se mais confiantes e desejam autoafirmar-se.
18-36Crianças pequenas podem sentir ansiedade pela separação do cuidador. Elaboram a consciência de suas limitações na fantasia, brincadeiras e identificação com adultos.

Emoções e Seus Primeiros Sinais

As emoções variam em frequência, intensidade, eventos desencadeadores, manifestações físicas e comportamentais (1). A cultura também influencia a percepção e expressão emocional (1).

Manifestações Iniciais

Nos primeiros meses, bebês expressam infelicidade chorando e se acalmam ao som da voz humana ou ao serem acolhidos. Tornam-se progressivamente mais responsivos, sorrindo, arrulhando, esticando os braços e buscando o contato. A percepção de controle sobre o ambiente aumenta quando percebem que seu choro atrai ajuda e que seu sorriso provoca reações positivas (1).

Choro

Recém-nascidos expressam infelicidade através de gritos agudos, agitação de membros e enrijecimento do corpo (1). Pesquisas identificaram quatro padrões de choro (1):

  • Fome: Rítmico, nem sempre associado à fome.
  • Raiva: Variação do choro rítmico com excesso de ar forçado nas cordas vocais.
  • Dor: Ataque súbito de choro intenso sem gemidos preliminares, às vezes com retenção do fôlego.
  • Frustração: Dois ou três choros prolongados, sem retenção prolongada do fôlego.

Um tom mais agudo e vocalização monotônica em bebês estão associados à atividade do sistema nervoso autônomo durante estresse, sendo mais característicos de prematuros (1). À medida que crescem, crianças percebem a função comunicativa do choro. Aos 5 meses, monitoram expressões dos cuidadores e, se ignoradas, intensificam o choro para obter atenção, cessando se a tentativa for infrutífera (1).

É um mito a preocupação de que atender a um bebê que chora o “mima”. Uma resposta rápida e sensível ao choro infantil está associada a uma futura competência social e ajustamento positivo, independentemente da frequência do choro (1).

Sorriso e Risada

Os primeiros sorrisos surgem espontaneamente após o nascimento. O sorriso social, quando bebês olham e sorriem para os pais, desenvolve-se no segundo mês de vida, independentemente da cultura (1). Contudo, a frequência do sorriso social aos 12 semanas depende da resposta dos adultos (1). A risada, uma vocalização ligada ao sorriso, torna-se mais comum entre 4 e 12 meses, indicando emoção positiva intensa (1).

A partir dos 3 meses, bebês tentam participar de brincadeiras com gritos estridentes ou caretas. O humor torna-se mais complexo com a idade, evidenciado quando o bebê ri do inesperado, demonstrando compreensão do que se espera e capacidade de controlar eventos (1). O sorriso antecipatório — quando bebês sorriem ao ver um objeto e olham para um adulto, continuando a sorrir — aumenta abruptamente entre 8 e 10 meses, sendo uma das primeiras formas de comunicação referencial (1).

Processos afetivos positivos são recíprocos. Mães com baixo estresse e alta emocionalidade positiva tendem a ter bebês que sorriem e riem com frequência, o que, por sua vez, provoca menos comportamentos parentais negativos. Bebês com mais interações positivas com os pais aos 3 e 6 meses tendem a desenvolver apego seguro aos 1 ano (1).

Quando as Emoções Aparecem?

O desenvolvimento emocional é um processo ordenado, com emoções complexas desdobrando-se a partir de emoções mais simples (1). Modelos indicam que bebês expressam contentamento, interesse e aflição logo após o nascimento (1). Nos seis meses seguintes, esses estados iniciais diferenciam-se em emoções como alegria, surpresa, tristeza, repugnância, raiva e medo — reações a eventos significativos (1).

As emoções autoconscientes, como constrangimento, empatia e inveja, surgem após o desenvolvimento da autoconsciência — a compreensão cognitiva de que a criança possui uma identidade separada do mundo (1). Essa consciência emerge entre 15 e 24 meses e é essencial para a criança compreender ser foco de atenção, identificar-se com sentimentos alheios ou desejar o que outros possuem (1).

Por volta dos 3 anos, com autoconsciência e conhecimento de padrões e regras sociais, a criança é capaz de avaliar seus pensamentos, planos e comportamentos em relação ao que é socialmente apropriado (1). Somente então pode demonstrar emoções autoavaliadoras, como orgulho, culpa e vergonha (1).

As emoções primárias (básicas) surgem nos primeiros seis meses; as autoconscientes desenvolvem-se no segundo ano, resultando da autoconsciência e do conhecimento de padrões sociais (1). Existe o constrangimento avaliativo, uma forma branda de vergonha, que surge no terceiro ano (1).


Altruísmo, Empatia e Cognição Social

As origens do altruísmo manifestam-se nas primeiras reações empáticas da primeira infância. Bebês de 1 a 9 meses respondem ao choro de outros bebês com expressões faciais de aflição e com o próprio choro (1). O comportamento altruísta é natural em bebês; estudos mostram que bebês de 12 meses ajudam espontaneamente adultos, e aos 15 meses, demonstram expectativas de justiça (1). Curiosamente, tendências a compartilhar, ajudar e consolar parecem não estar relacionadas, sugerindo trajetórias de desenvolvimento distintas (1).

A neurobiologia identificou neurônios-espelho, que são ativados tanto ao realizar uma ação quanto ao observar outra pessoa fazendo-o, possivelmente sendo a base da empatia e do altruísmo (1). Contudo, essa teoria carece de apoio empírico direto.

Atividades Colaborativas e Transmissão Cultural

A motivação para ajudar e compartilhar, combinada com a capacidade de entender intenções alheias, contribui para um desenvolvimento crucial entre 9 e 12 meses (1). Exemplos incluem a colaboração com cuidadores em atividades conjuntas, como a criança alcançando meias para a mãe (1). A explosão do vocabulário no segundo ano permite comunicação colaborativa mais complexa e flexível (1).

Essas interações são fundamentalmente humanas (1). Pesquisadores sugerem que a propensão universal à superimitação e à participação em atividades colaborativas explica a criação de instituições e artefatos culturais, indicando que a transmissão biologicamente determinada da aprendizagem colaborativa impulsionou o sucesso da espécie (1).


Temperamento

Desde o nascimento, os bebês exibem características individuais. Essas diferenças são denominadas temperamento, uma tendência de base biológica e precoce a responder ao ambiente de maneiras previsíveis (1). O temperamento influencia como a criança se aproxima e reage ao mundo, e como regula suas funções mentais, emocionais e comportamentais (1). O temperamento está ligado às respostas emocionais ao ambiente, sendo muitas delas de natureza emocional (1). O temperamento é relativamente duradouro, formando o núcleo da personalidade em desenvolvimento (1).

Padrões de Temperamento

Uma pesquisa longitudinal identificou três categorias de temperamento em bebês (1):

  • Crianças “fáceis”: Geralmente alegres, com ritmo biológico regular e aceitação de novas experiências.
  • Crianças “difíceis”: Mais irritáveis, difíceis de agradar, com ritmos biológicos irregulares e expressão emocional mais intensa.
  • Crianças de “aquecimento lento”: Moderadas, mas lentas para se adaptar a pessoas e situações novas.

Muitas crianças, no entanto, não se encaixam perfeitamente nessas categorias (1).

Estabilidade do Temperamento

Apesar das mudanças radicais no primeiro ano de vida, o temperamento permanece estável entre 2 e 13 meses (1). Estudos mostram forte relação entre temperamento na primeira infância e personalidade aos 7 anos (1). Pesquisas sugerem que o temperamento é uma diferença individual relativamente estável, em grande parte inata e influenciada pela genética, mas não plenamente formada no nascimento (1). Práticas parentais e culturais também podem influenciá-lo (1).

Concepções atuais indicam que a influência genética é mais forte no início da vida, mas o ambiente se torna mais influente ao longo do tempo. O temperamento se desenvolve com o surgimento de emoções e capacidades autorregulatórias, podendo mudar em resposta à parentalidade, cultura e outras experiências (1).

Adequação da Educação

A chave para uma adaptação saudável é a adequação da educação — a combinação entre o temperamento da criança e as exigências ambientais (1). Por exemplo, exigir que uma criança muito ativa fique quieta por longos períodos pode gerar tensões (1).

Crianças diferem na suscetibilidade a influências ambientais. Bebês com temperamentos difíceis podem ser mais suscetíveis à qualidade dos cuidados parentais (1). Eles correm maior risco para transtornos internalizantes e externalizantes, além de problemas sociais e cognitivos, mas apenas quando expostos à parentalidade negativa (1).

Inibição Comportamental

A inibição comportamental refere-se ao grau de ousadia ou cautela com que a criança se aproxima de objetos e situações não familiares (1). É mais evidente quando novos estímulos são apresentados: bebês com alta inibição ficam fisiologicamente alertas, agitam membros vigorosamente, podem arquear as costas e chorar (1). Esse comportamento afeta cerca de 20% dos bebês (1).

Bebês com baixa inibição comportamental respondem diferentemente: relaxam, demonstram pouca aflição ou atividade motora e olham fixamente para novos estímulos, alguns até sorriem (1). Cerca de 40% reagem assim (1).

Teoriza-se que essas diferenças resultam de uma diferença fisiológica fundamental: crianças inibidas podem nascer com uma amígdala mais excitável (1). A amígdala detecta e reage a eventos não familiares, e em crianças com inibição comportamental, responde vigorosa e facilmente à maioria dos eventos novos. Meta-análises apoiam isso, observando maior ativação em regiões cerebrais associadas ao processamento de novidade, ameaça, recompensa e controle inibitório (gânglios da base e córtex pré-frontal) (1).

A consistência nos padrões de comportamento de bebês inibidos/desinibidos ao longo do tempo é observada (1). Crianças inibidas aos 1-3 anos tendem a ser tímidas aos 7 anos, e aquelas inibidas dos 8 aos 12 anos tendem a ter vidas sociais menos ativas na idade adulta e maior probabilidade de morar perto da família de origem (1). A inibição comportamental também está associada a maior risco de transtorno de ansiedade social (1).

Contudo, a experiência pode moderar ou acentuar as tendências. Crianças inibidas têm maior probabilidade de superar a inibição se os pais não as superprotegem e oferecem apoio e encorajamento em situações ansiogênicas (1). Elas não tendem a sofrer de transtornos de ansiedade se as mães incentivam a independência sem ser excessivamente controladoras (1). Mães que respondem neutralmente a bebês inibidos, sem apoio, tendem a manter ou aumentar a inibição (1). Isso ilustra o conceito de adequação da educação: a inibição comportamental é um risco apenas quando combinada com parentalidade superprotetora ou controladora (1).


Primeiras Experiências Sociais: A Família

Padrões de interação adulto-bebê são frequentemente de origem cultural, com grande variação em práticas educativas e padrões de interação ao redor do mundo (1).

O Papel da Mãe

Estudos com macacos, separando recém-nascidos de suas mães e oferecendo “mães” substitutas (arame ou arame com pelúcia), mostraram que nenhum dos macacos cresceu normalmente ou conseguiu procriar (1). Esses experimentos revolucionaram a compreensão da maternidade, demonstrando que o apego não é apenas uma associação aprendida com a alimentação, como defendiam Freud e behavioristas, mas que a alimentação não é o único ou mais importante fator que os bebês recebem de suas mães (1).

O Papel do Pai

O papel da paternidade é uma construção social com diferentes significados culturais (1). No entanto, o envolvimento frequente e positivo do pai com o filho desde a primeira infância está diretamente relacionado ao bem-estar e ao desenvolvimento físico, cognitivo e social da criança (1).

Gênero

Gênero define o que significa ser homem ou mulher, influenciando aparência, movimentos, trabalho, vestuário, diversão, e a autoimagem e percepção alheia (1).

Diferenças de Gênero em Bebês

Poucas diferenças mensuráveis são observadas entre bebês de sexos diferentes (1). Há evidências de diferenças em comportamentos sociais: meninas são consideradas mais delicadas, interessadas em rostos e capazes de diferenciar expressões faciais, além de regular melhor a aflição e se recuperar mais rapidamente de experimentos de “rosto imóvel” (1). Contudo, essas diferenças são pequenas e nem sempre consistentes (1).

Algumas diferenças de comportamento iniciais robustas incluem a preferência por brinquedos, atividades lúdicas e companheiros de brincadeira do mesmo sexo (1). Essas preferências emergem aos 3 meses, antes que os bebês compreendam categorias de gênero (1). Preferências semelhantes são observadas em primatas não humanos (macacas brincam mais com bonecas, macacos com carros) (1). Níveis de testosterona na infância predizem preferências futuras por brinquedos tipificados por gênero (1).

Esses achados sugerem que as preferências por brinquedos são, em certa medida, inatas, não apenas resultado da socialização (1). Outros fatores, como preferências por cores ou formatos, podem ser mais influenciados socialmente (1).

Crianças de 1-3 anos e bebês (em menor grau) preferem brincar com o mesmo sexo, associado ao estilo de brincadeira. Meninos ativos/agressivos e meninas sensíveis tendem menos a brincar com o sexo oposto (1). Meninas brincam com meninas e meninos com meninos não por quererem necessariamente o mesmo sexo, mas porque a maioria gosta de brincar com alguém que tem um estilo de brincadeira semelhante (1). O estilo de brincadeira é provavelmente influenciado pela exposição pré-natal a androgênios, como visto em meninas com hiperplasia congênita da suprarrenal (1).

Influências Parentais nas Diferenças de Gênero

Pais geralmente usam estilos de parentalidade semelhantes com filhos e filhas, sendo igualmente carinhosos, sensíveis e responsivos, com níveis similares de controle (1). Contudo, frequentemente, em vez de instruir explicitamente, pais transmitem o conhecimento de gênero inconscientemente através de suas práticas (1). Crianças também observam o comportamento dos pais (tarefas domésticas, interesses), internalizando mensagens implícitas sobre gênero (1).

Pais tendem a brincar mais com os filhos de forma mais “bruta” e são mais sensíveis com as filhas. Mães conversam mais e são mais atenciosas com as filhas, e meninas tendem a ser mais falantes nessa idade (1).


Desenvolvimento do Apego

O apego é um vínculo recíproco e duradouro entre bebê e cuidador, com cada um contribuindo para a qualidade da relação (1). Do ponto de vista evolucionista, o apego tem valor adaptativo para o bebê, garantindo que suas necessidades psicossociais e físicas sejam atendidas (1). A teoria etológica postula que bebês e pais são biologicamente predispostos ao apego, promovendo a sobrevivência da criança (1).

Estudos sobre Padrões de Apego

A “situação estranha” é uma técnica laboratorial clássica para avaliar padrões de apego em bebês de 10-24 meses (1). Consiste em episódios que ativam comportamentos relacionados ao apego. A mãe deixa o bebê em ambiente não familiar duas vezes: primeiro com um estranho, depois sozinho. O estranho retorna antes da mãe, que então incentiva o bebê a explorar e brincar, e o conforta (1).

Três padrões principais de apego foram identificados (1):

  • Apego Seguro: Categoria mais comum. Bebês flexíveis e resilientes ao estresse. Podem chorar na ausência do cuidador, mas são facilmente confortados no retorno. Preferem o cuidador ao estranho.
  • Apego Evitativo: Bebês não são afetados pela ausência ou retorno do cuidador. Continuam a brincar, podem interagir com estranhos. Ignoram ou rejeitam o cuidador no retorno. Tendem a demonstrar pouca emoção.
  • Apego Ambivalente (Resistente): Bebês ansiosos antes mesmo da ausência do cuidador. Reativos à saída do cuidador, ficam muito incomodados. Demonstram um misto de raiva e busca por proximidade, sendo difíceis de acalmar.

O diagnóstico do apego baseia-se no que o bebê faz no retorno do cuidador, e não em sua ausência (1). O relacionamento de apego e como o bebê usa o cuidador para obter conforto são cruciais (1). Esses três padrões são universais, embora as porcentagens variem culturalmente (1).

Outra pesquisa identificou um quarto padrão:

  • Apego Desorganizado-Desorientado: Bebês sem estratégia coesa para lidar com o estresse da situação estranha. Apresentam comportamentos contraditórios, repetitivos ou mal direcionados (1). Comum em 10% dos bebês, predominantemente aqueles cujas mães são insensíveis, intrusivas, abusivas, temerosas ou assustadas, deixando o bebê sem alívio do medo (1).

Como o Apego se Estabelece

Aos 1 ano, bebês já estabelecem um estilo característico de apego, resultado de interações repetidas com o cuidador (1). Por exemplo, a resposta rápida e sensível da mãe ao choro do bebê forma um conjunto de expectativas no bebê sobre as respostas ao seu choro (1). Bowlby chamou esses conjuntos de expectativas de modelos de trabalho, teorizando que se tornam a base da dinâmica do relacionamento (1). O modelo de trabalho do bebê está relacionado à confiança básica de Erikson: apego seguro reflete confiança; inseguro, desconfiança. Bebês de apego seguro aprendem a confiar em seus cuidadores e em sua própria capacidade de obter o que precisam (1). Uma base segura permite que as crianças explorem o ambiente com maior eficácia, sabendo que podem confiar nos cuidadores para salvá-las se necessário (1).

O Papel do Temperamento no Apego

O temperamento da criança e a parentalidade interagem. Bebês irritáveis aos 15 dias eram mais propensos ao apego inseguro aos 1 ano, a menos que suas mães fossem ensinadas a acalmá-los (1). A irritabilidade do bebê pode dificultar o apego seguro, mas não se a mãe souber lidar com o temperamento do filho (1).

Ansiedade Diante de Estranhos e Ansiedade de Separação

Bebês raramente reagem negativamente a estranhos antes dos 6 meses, mas é comum aos 8-9 meses (1). Isso é conhecido como ansiedade diante de estranhos e ansiedade de separação, reflexo do desenvolvimento cognitivo (1). A ansiedade de separação é menos sobre a separação em si e mais sobre a qualidade dos cuidadores substitutos. Cuidadores afetuosos, responsivos e que brincam com a criança antes que ela chore tendem a reduzir o choro (1). A estabilidade e consistência nos cuidados são cruciais para que o bebê forme vínculos emocionais (1).

Efeitos de Longo Prazo do Apego

A segurança do apego afeta a competência emocional, social e cognitiva (1). Através dos modelos de trabalho internos, um apego seguro com um adulto atencioso aumenta a probabilidade de a criança desenvolver bons relacionamentos (1). Uma meta-análise recente (80 estudos, 4000 crianças) concluiu que o apego seguro na primeira infância está associado a maior competência social na infância e adolescência, enquanto a insegurança (qualquer subtipo) está associada a menor competência social (1).

Transmissão Intergeracional de Padrões de Apego

A Entrevista de Apego do Adulto (EAA) solicita ao adulto recordar e interpretar sentimentos e experiências de apego na infância (1). Estudos com a EAA mostram que a forma como adultos recordam suas experiências de apego está relacionada ao seu bem-estar emocional e pode influenciar como respondem aos seus filhos (1). A história de apego dos pais também influencia a percepção do temperamento do bebê, afetando a relação pai-filho (1).

Esses processos podem ocorrer em nível fisiológico. Mães com apego seguro (EAA) apresentam maior ativação em áreas cerebrais de recompensa e liberação de oxitocina ao ver o sorriso do bebê, diferente de mães com estilos inseguros/evitativos (1). Ao ver rostos tristes, mães com apego seguro continuam ativando áreas de recompensa, enquanto as com estilos inseguros/evitativos ativam áreas associadas a dor ou repulsa (1). Adultos com representação de apego inseguro também mostram maior ativação da amígdala e respondem com maior irritação ao choro do bebê (1). Um ciclo de apego inseguro pode ser interrompido com intervenções que aumentam a sensibilidade materna (1).

Comunicação Emocional com os Cuidadores: Regulação Mútua

Bebês são comunicativos e têm forte desejo de interagir (1). A regulação mútua é a capacidade do bebê e do cuidador de responder adequadamente e com sensibilidade aos estados mentais e emocionais um do outro (1). Essa sincronia interacional pode ser expressa biologicamente: mães e bebês em interação síncrona têm seus ritmos cardíacos sincronizados (1). A liberação de oxitocina está relacionada a comportamentos parentais (brincadeira nos pais; afeto positivo, toques e “manhês” nas mães) (1).

A interação oscila entre estados bem e mal regulados (1). Se as metas do bebê são atingidas, ele se interessa. Se o cuidador não está em sincronia (ignora convites para brincar ou é intrusivo), o bebê pode ficar frustrado ou triste (1). Crianças muito jovens podem perceber emoções alheias e ajustar seu comportamento para corrigir a interação (1). Crianças cujas mães demonstram alta sincronia interacional tendem a regular melhor o comportamento, concordar com pedidos dos pais, ter QI mais alto, usar mais palavras referentes a estados mentais e ter menos problemas comportamentais (1).

Referenciação Social

Quando, diante de um evento ambíguo, o bebê olha para o cuidador, ele está estabelecendo uma referenciação social em busca de informações emocionais para orientar seu comportamento (1). A referenciação social permite à pessoa compreender como agir em situações ambíguas, confusas ou não familiares, interpretando a percepção do outro sobre a situação (1).

Pesquisas mostram evidências de referenciação social aos 12 meses. Bebês de 12 e 18 meses aproximavam-se ou afastavam-se de brinquedos ambíguos dependendo das reações emocionais dos experimentadores (1). Com o crescimento, a referenciação social torna-se mais complexa, menos dependente da expressão facial e mais da linguagem. Bebês mais velhos buscam adultos apenas quando o estímulo é ambíguo (1). A referenciação social e a retenção de informações dela obtidas desempenham papel fundamental no desenvolvimento infantil, como o surgimento de emoções inibitórias (constrangimento, orgulho), senso de identidade e processos de socialização (1).


Emergência do Senso de Identidade

O autoconceito é a imagem que temos de nós mesmos — o quadro total de nossas capacidades e traços, guiando nossas ações (1). Ele se desenvolve a partir de experiências aparentemente isoladas, das quais o bebê extrai padrões que formam conceitos rudimentares de si e do outro (1). Emoções agradáveis ou desagradáveis, associadas a experiências, desempenham papel crucial no desenvolvimento do conceito de identidade (1).

Aos três meses, bebês prestam atenção à sua imagem no espelho; entre 4 e 9 meses, mostram mais interesse por imagens de outros (1). Essa discriminação perceptual inicial pode ser a base da autoconsciência conceitual (15-18 meses) (1). Entre 4 e 10 meses, ao aprenderem a esticar os braços e agarrar, bebês experimentam um senso de agência pessoal — a percepção de controle sobre eventos externos (1). Nessa época, também desenvolvem a autocoerência — a noção de ser uma totalidade física com limites separados do resto do mundo (1).

A emergência da autoconsciência — conhecimento consciente de si como um ser distinto e identificável — apoia-se nessa distinção perceptual (1). A autoconsciência pode ser testada pelo reconhecimento da própria imagem (1). Em um estudo clássico, pesquisadores aplicaram blush no nariz de crianças de 6-24 meses e as colocaram diante de um espelho (1). Três quartos dos bebês de 18 meses e todos os de 24 meses tocaram o próprio nariz mais frequentemente, enquanto bebês com menos de 15 meses não o fizeram, sugerindo autoconsciência em crianças mais velhas que reconheceram que seu nariz normalmente não é vermelho (1).

Após o autorreconhecimento, a criança prefere olhar para sua própria imagem em vídeo (1). As brincadeiras de faz de conta, que começam na segunda metade do segundo ano, indicam a capacidade de compreender estados mentais alheios (1). Uma terceira medida de autorreconhecimento é o uso de pronomes de primeira pessoa (“eu”, “meu”), geralmente entre 20 e 24 meses (1). Crianças com irmãos mais velhos demonstram maior autoconsciência e compreensão social (1).


Desenvolvimento da Autonomia

Erikson identificou o período entre 18 meses e 3 anos como o segundo estágio do desenvolvimento da personalidade: autonomia versus vergonha e dúvida, marcado pela transição do controle externo para o autocontrole (1). Nesse período, a criança começa a substituir o julgamento dos cuidadores pelo próprio (1). A “virtude” emergente é a vontade. O treinamento do controle fisiológico e o desenvolvimento da linguagem são passos importantes para a autonomia e o autocontrole (1).

Liberdade sem limites não é segura nem saudável, portanto, vergonha e dúvida são necessárias. Crianças precisam que adultos estabeleçam limites apropriados; vergonha e dúvida as ajudam a reconhecer a necessidade desses limites (1). Nos EUA, crianças gostam de testar sua individualidade e novos poderes, manifestando esse desejo como negativismo (a tendência de gritar “não” para resistir à autoridade) (1). Quase todas as crianças ocidentais exibem algum grau de negativismo, que geralmente começa antes dos 2 anos, atinge o máximo aos 3,5-4 anos e declina por volta dos 6 anos (1).


Desenvolvimento Moral: Socialização e Internalização

Socialização é o processo pelo qual a criança desenvolve hábitos, habilidades, valores e motivações para se tornar um membro responsável e produtivo da sociedade (1). A socialização depende da internalização de padrões (1). Crianças socializadas com sucesso não obedecem regras apenas por recompensas ou para evitar punições; elas internalizam os padrões e os consideram seus, acreditando que são certos e verdadeiros (1).

Desenvolvimento da Autorregulação

Autorregulação é o controle do próprio comportamento para se conformar às exigências ou expectativas de um cuidador, mesmo na ausência deste (1). É a base da socialização e vincula todos os domínios do desenvolvimento (físico, cognitivo, emocional, social) (1). Por exemplo, para não colocar o dedo na tomada, a criança precisa lembrar e entender o que o pai disse, mas também requer controle emocional (1). A criança absorve continuamente informações sobre a conduta aprovada dos pais ao interpretar suas respostas emocionais (1).

A qualidade do relacionamento com os pais afeta essa habilidade emergente. A sensibilidade materna, o uso de termos mentais pelos pais e o apoio ao comportamento autônomo da criança são influências importantes na autorregulação (1). Antes de controlar o próprio comportamento, a criança precisa regular a atenção e modular emoções negativas. A regulação da atenção permite desenvolver força de vontade e lidar com a frustração. O desenvolvimento da autorregulação é paralelo ao das emoções autoconscientes e valorativas (empatia, vergonha, culpa) (1), exigindo a capacidade de esperar pela gratificação e correlacionando-se com medidas de desenvolvimento da consciência (resistir à tentação, corrigir erros). O pleno desenvolvimento da autorregulação leva pelo menos três anos na maioria das crianças (1).

Obediência Comprometida

Crianças cooperam com as doutrinas dos pais por saberem que devem. Embora essa autorregulação seja importante, a meta da educação é a internalização da moral parental (1). Os pais desejam que os filhos façam o certo por acreditarem que é certo (1). O objetivo final é o desenvolvimento de uma consciência moral, com capacidade de autocontenção e desconforto emocional ao falhar (1).

Estudos classificam a obediência em dois tipos (1):

  • Obediência Situacional: Ocorre apenas na presença de sinais de controle parental constante.
  • Obediência Comprometida: Obediência incondicional às ordens dos pais, sem advertências ou deslizes.

As raízes da obediência comprometida remontam à primeira infância. Obedientes comprometidos (geralmente meninas) são aqueles que, entre 8 e 10 meses, podem parar de mexer em algo ao ouvir “não!” (1). Mães de obedientes comprometidos são mais sensíveis e responsivas aos filhos bebês e, entre 1 e 3 anos, tendem a adotar uma orientação delicada, evitando força ou ameaças (1). A obediência comprometida aumenta com a idade, enquanto a situacional diminui (1).

A cooperação receptiva vai além da obediência comprometida, sendo uma disposição ansiosa da criança em cooperar harmoniosamente com os pais, não apenas em situações disciplinares (1). Crianças com apego seguro e mães responsivas na primeira infância tendem a apresentar alta cooperação receptiva (1).

Fatores que Favorecem a Socialização

A forma como os pais socializam os filhos e a qualidade do relacionamento entre eles podem prever a facilidade ou dificuldade da socialização (1). Contudo, nem todas as crianças respondem da mesma maneira. Crianças com temperamento temeroso, por exemplo, podem responder melhor a lembretes gentis do que a repreensões duras (1). Crianças com temperamentos semelhantes podem reagir diferentemente a estratégias parentais (1).

O apego seguro e um relacionamento afetuoso e mutuamente responsivo favorecem a obediência comprometida e o desenvolvimento da consciência moral (1). Pais que conversam com filhos de 18-30 meses sobre emoções tendem a ter crianças mais prestativas (1). A sensibilidade materna, o uso de termos mentais pelos pais e o apoio à autonomia infantil são influências importantes na autorregulação (1).


Relacionamento com Outras Crianças

Irmãos

As relações com irmãos se desenvolvem durante a infância, com aspectos positivos e negativos (1). Brigas e reconciliações entre irmãos são oportunidades de socialização (1). O jogo dramático (faz de conta) entre irmãos frequentemente leva a entendimentos compartilhados, facilitando a resolução de problemas e aceitação de ideias (1).

Conflitos entre irmãos aumentam dramaticamente após os 18 meses da criança mais nova, geralmente por propriedade ou acesso à mãe (1). Apesar da frequência do conflito, rivalidade não é o padrão principal. Afeto, interesse, companheirismo e influência também são prevalentes (1). Irmãos mais velhos tomam mais a iniciativa de comportamentos amistosos e hostis; os mais novos tendem a imitar os mais velhos (1). A qualidade da relação é mais afetada pelo ajustamento emocional e social da criança mais velha (1).

Irmãos do mesmo sexo, especialmente meninas, são mais próximos e brincam de forma mais pacífica (1). Amizades podem influenciar. Irmãos mais velhos com bons amigos antes do nascimento de um irmão tendem a tratar os irmãos mais novos melhor e ter menor probabilidade de desenvolver comportamento antissocial na adolescência (1).

Pares

Bebês e crianças pequenas demonstram interesse por pessoas fora do círculo familiar, especialmente seus pares (1). De 1,5 a quase 3 anos, o interesse por outras crianças e a compreensão de como lidar com elas aumentam (1). Crianças aprendem imitando umas às outras. Brincadeiras como “seguir o líder” fortalecem o vínculo, preparando-as para brincadeiras mais complexas na pré-escola (1). A atividade cooperativa se desenvolve no segundo e terceiro ano com o crescimento da compreensão social (1). Conflitos também auxiliam a criança a aprender a negociar e resolver disputas (1).

Crianças em idade pré-escolar preferem brincar com pares da mesma idade e sexo, e com colegas pró-sociais que oferecem experiências positivas e têm teoria da mente mais avançada (1). Elas rejeitam crianças destrutivas, exigentes, intrometidas ou agressivas (1). Com o envelhecimento, as preferências se tornam mais sofisticadas, focando menos em traços físicos e mais em atividades conjuntas, afeição mútua, compartilhamento e ajuda (1). A partir dos 4 anos, crianças começam a se sujeitar à pressão dos pares, seguindo o grupo mesmo discordando (1).


Contextos de Desenvolvimento Extrafamiliar

Pais que Trabalham Fora

Apesar da culpa parental, pesquisas indicam que pais atualmente passam mais tempo com os filhos do que gerações anteriores (1). Mães dedicam menos tempo a tarefas domésticas e pais menos tempo no escritório (1). No entanto, dados longitudinais (NICHD) de 900 crianças mostraram efeitos negativos no desenvolvimento cognitivo (15 meses a 3 anos) quando as mães trabalhavam ≥30 horas/semana até o nono mês de vida do bebê (1).

Creche

Em estudos, cuidadores bem treinados e baixa proporção criança/funcionário estão associados a serviços de alta qualidade, o que se relaciona a melhores resultados cognitivos e sociais (1). O cuidador é o elemento mais importante na qualidade da assistência. Interações estimulantes com adultos responsivos são cruciais para o desenvolvimento cognitivo, linguístico e psicossocial (1). Interações afetuosas e dedicadas com funcionários de creches foram associadas a menor incidência de problemas comportamentais em crianças (1).

Alguns autores sugerem que creches muito estruturadas, com múltiplas transições, sobrecarregam as aptidões da criança e aumentam o estresse, mas isso não é necessariamente mal-adaptativo, pois aprender a lidar com o estresse na infância pode ser benéfico (1). Uma baixa rotatividade de funcionários é outro fator importante na qualidade da creche, facilitando a coordenação entre pais e cuidadores e ajudando a evitar efeitos negativos de longas horas (1).


Maus-Tratos: Abuso e Negligência

Maus-tratos podem assumir diversas formas, e uma criança pode ser vítima de mais de um tipo (1):

  • Abuso Físico: Ferimentos causados por socos, espancamentos, chutes ou queimaduras (1).
  • Negligência: Falta de atendimento básico às necessidades da criança (1).
  • Abuso Sexual: Qualquer atividade sexual entre criança e adulto (1).
  • Maus-Tratos Emocionais: Rejeição, aterrorização, isolamento, exploração, degradação, ridicularização ou negação de apoio emocional, amor e afeição (1).

Crianças menores de 3 anos têm maior probabilidade de serem vítimas de abuso e morte por maus-tratos (1).

Maus-Tratos na Primeira Infância

Os índices mais altos de vitimização e morte por maus-tratos ocorrem em crianças com 3 anos ou menos (1). Bebês precisam formar apego e ter necessidades básicas atendidas. Bebês negligenciados podem sofrer de déficit de crescimento não orgânico — crescimento físico mais lento ou atrasado sem causa clínica conhecida, acompanhado de desenvolvimento precário e problemas emocionais (1). Sintomas incluem ganho de peso insuficiente, irritabilidade, sonolência, fadiga, evitação de contato visual, ausência de sorriso/vocalização e atraso motor (1).

A síndrome do bebê sacudido é uma forma de maus-tratos em crianças menores de 2 anos (1). Devido à musculatura fraca do pescoço e cabeça grande/pesada, o sacudir causa deslocamento cerebral, resultando em hematomas, sangramento, edema, danos cerebrais permanentes, paralisia e até morte (1). Aproximadamente 20% dos bebês sacudidos morrem; sobreviventes podem ter diversas deficiências (1).

Fatores Contribuintes

Características dos Pais e Familiares

Adultos abusadores não possuem características identificadoras que preveem o abuso (1). Em 2017, 78% dos abusadores eram pais (54,1% mulheres); 6,3% eram parentes não pais/mães; 4% tinham relacionamento “outros” (irmãos adotivos, babás, vizinhos, amigos) (1). A maioria (83,4%) tinha entre 18 e 44 anos, sendo predominantemente brancos (50,3%), afro-americanos (20,7%) e hispânicos (18,6%) (1).

Influências Culturais

A cultura pode impactar a probabilidade de abuso e negligência (1). Normas culturais sobre cuidados infantis afetam a definição de negligência. Em alguns países, deixar crianças pequenas aos cuidados de irmãos jovens é normal, enquanto em outros pode ser considerado negligência (1).

Efeitos de Longo Prazo

As consequências dos maus-tratos podem ser físicas, emocionais, cognitivas e sociais (1):

  • Saúde física, mental e emocional deficiente.
  • Desenvolvimento cerebral comprometido.
  • Dificuldades cognitivas, linguísticas e no desempenho escolar.
  • Problemas na formação de vínculos afetivos e relacionamentos sociais.
  • Na adolescência, maior risco de fraco desempenho escolar, delinquência, gravidez, uso de álcool/drogas e suicídio (1).

Abuso e negligência na infância resultam em maior risco de as vítimas se envolverem em atividades criminosas ou se tornarem abusadoras (1). Um estudo constatou que essas crianças exibiam comportamento mais perturbado, menor autoestima, e eram mais deprimidas, ansiosas ou infelizes (1). Vítimas de abuso sexual frequentemente iniciam atividade sexual mais cedo e têm mais parceiros (1). Na vida adulta, tendem a ser mais ansiosas, deprimidas e suicidas, com maior probabilidade de serem diagnosticadas com transtorno de estresse pós-traumático (1). Abuso sexual também compromete a saúde física: sobreviventes têm maior probabilidade de obesidade ou doenças autoimunes relacionadas ao estresse (1).


Referências Bibliográficas

  1. PAPALIA, D. E.; MARTORELL, G. Desenvolvimento Humano. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2022. v. 1.