Raquitismo e Osteomalacia: Fisiopatologia e Deficiências Nutricionais


Raquitismo e Osteomalacia: Fisiopatologia e Deficiências Nutricionais


Introdução

Raquitismo e osteomalacia são distúrbios da mineralização óssea que afetam, respectivamente, crianças e adultos. Ambas as condições comprometem a rigidez e a estrutura óssea, levando a deformidades e fragilidade. Compreender suas causas, especialmente a relação com a vitamina D, é crucial para o diagnóstico e tratamento.


Fisiopatologia

O raquitismo é um distúrbio do crescimento ósseo em que a cartilagem de crescimento falha em se mineralizar ou amadurecer normalmente (1). Esse processo interrompe o crescimento e causa diversas deformidades nas placas de crescimento (1).

A osteomalacia é a condição correspondente em adultos, onde a matriz óssea recém-depositada não consegue mineralizar-se adequadamente (1).

Em ambas as condições, a formação de nova matriz óssea é mais lenta, mas a mineralização é ainda mais retardada. Isso resulta no acúmulo de matriz não mineralizada nas superfícies ósseas microscópicas, diminuindo a proporção de mineral para a matriz (1). Em casos graves, o osso não mineralizado pode constituir uma porção tão extensa do esqueleto que os ossos perdem sua rigidez e sofrem graves deformações, como pernas encurvadas e má-formação da pelve (1).

Papel da Vitamina D e do Fosfato

As formas mais comuns de raquitismo e osteomalacia estão associadas à deficiência de vitamina D (1). A principal patogênese dessas formas decorre da absorção intestinal insuficiente de cálcio na dieta (1).

Para tentar manter os níveis sanguíneos de cálcio próximos do normal, o corpo aumenta a secreção de PTH (paratorormônio) (1). Um dos efeitos do PTH é aumentar a depuração renal de fosfato. Essa resposta adaptativa pode levar as concentrações de fosfato no sangue, que já estavam diminuídas, a níveis tão baixos que resultam em deficiência grave de fosfato, inicialmente restrita às proximidades dos osteoblastos e condrócitos, e posteriormente em outros tecidos (1).


Outras Causas de Raquitismo

É importante notar que o raquitismo também pode se desenvolver por razões alheias à deficiência de vitamina D, incluindo (1):

  • Deficiência extrema de cálcio.
  • Toxicidade do flúor.
  • Envenenamento por cádmio.

Essas formas de raquitismo, assim como a deficiência de vitamina D, produzem seus efeitos ósseos apenas devido à hipofosfatemia grave (1). Anteriormente, esse grupo de distúrbios era denominado raquitismo resistente à vitamina D, pois não respondiam às doses usuais da vitamina, sendo o tratamento focado no aumento dos níveis séricos de fosfato (1).


Referências Bibliográficas

  1. Ross, A. C. et al. Nutrição Moderna de Shills na Saúde e na Doença. 11. ed. São Paulo: Manole, 2016. 1642 p.

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