A Regulação Emocional e seu Impacto nas Desordens Psiquiátricas e Comportamentais


A Regulação Emocional e seu Impacto nas Desordens Psiquiátricas e Comportamentais


Introdução

A regulação emocional refere-se à habilidade de modular as emoções em resposta aos eventos cotidianos. Este processo envolve a capacidade de identificar, gerenciar e expressar as emoções de maneira adaptativa, sendo crucial para a saúde mental e o bem-estar.


Conceituação da Regulação Emocional

A regulação emocional é definida como a capacidade de manejar efetivamente as emoções em resposta aos eventos do dia a dia (1). Este processo abrange a definição da emoção, o momento de sua ocorrência e a forma de reação e expressão (1). Indivíduos que empregam estratégias regulatórias de maneira adaptativa demonstram uma maior habilidade em modular seus estados afetivos (1).

É fundamental compreender que o cerne do problema não reside nas experiências emocionais negativas, mas sim na carência de estratégias eficazes para lidar com elas (1). A tentativa de suprimir emoções indesejadas, por exemplo, pode culminar em comportamentos prejudiciais, como o abuso de substâncias, compulsão alimentar e, em casos extremos, automutilação (1). Um estudo demonstrou que a dificuldade na regulação emocional é um fator significativo na manutenção de desordens alimentares e pode impactar outras condições psiquiátricas (1).


Estratégias de Regulação Emocional

As estratégias de regulação emocional podem ser classificadas em adaptativas e não adaptativas.

Estratégias Adaptativas

  • Reavaliação: Esta é uma estratégia prototípica de regulação emocional adaptativa. Envolve a geração de interpretações benignas, positivas ou novas perspectivas sobre uma situação estressora, com o objetivo de mitigar seu impacto emocional (1).
  • Resolução de Problemas: Esta estratégia atua diretamente no evento estressor de forma consciente, visando preveni-lo ou conter suas consequências (1). Embora não module diretamente o estresse emocional, sua ação sobre o agente estressor a torna indiretamente eficaz no controle das emoções (1).

Estratégias Não-Adaptativas

  • Supressão: Comumente empregada por indivíduos com desordens alimentares, a supressão se caracteriza pela inibição da expressão da emoção, e não da experiência emocional em si (1). Apesar de poder ser eficaz no curto prazo, tende a ser ineficaz a longo prazo, levando a uma excitação fisiológica e, paradoxalmente, à fixação na emoção indesejada, gerando o efeito oposto ao desejado (1).
  • Ruminação: Nesta estratégia, o indivíduo fixa-se repetidamente no evento estressor, buscando compreendê-lo e resolvê-lo, o que frequentemente o leva a reviver emoções e sentimentos de forma prejudicial (1). A ruminação pode interferir na resolução de problemas e gerar indecisão, sendo também associada a desordens alimentares (1).

A Compulsão Alimentar e a Regulação Emocional

Modelos teóricos sugerem que a compulsão alimentar pode ser um mecanismo utilizado por indivíduos para amenizar emoções negativas, em decorrência da escassez de estratégias adaptativas de regulação emocional (1). A literatura indica que a compulsão alimentar pode, de fato, proporcionar uma melhora temporária do humor (1). Reiterando, a questão central não são as experiências emocionais negativas em si, mas a deficiência de estratégias eficazes para manejá-las (1).


Referências Bibliográficas

  1. DINGEMANS, A.; DANNER, U.; PARKS, M. Emotion regulation in binge eating disorder: A review. Nutrients, v. 9, n. 11, p. 1–11, 2017.

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