Semiologia em Saúde: O Estudo dos Sinais e Sintomas


Semiologia em Saúde: O Estudo dos Sinais e Sintomas


Introdução

A semiologia é a ciência dedicada ao estudo dos signos, e no contexto da saúde, ela se aprofunda na investigação dos sinais e sintomas das patologias. Essa disciplina capacita os profissionais a discernir modificações somáticas e psíquicas, categorizar fenômenos clínicos, elaborar hipóteses diagnósticas e, consequentemente, implementar intervenções terapêuticas eficazes.


O Signo e Suas Manifestações

O signo representa o componente fundamental da semiologia, análogo à célula na biologia ou ao átomo na física. Define-se o signo como uma categoria de sinal, sendo este último compreendido como qualquer estímulo proveniente do ambiente (1). Por exemplo, a fumaça é um sinal de fogo, e a coloração vermelha, um sinal de sangue (1).

No âmbito da psicopatologia, os signos de maior relevância clínica englobam os sinais comportamentais objetivos, que são passíveis de constatação mediante observação direta do paciente, e os sintomas. Os sintomas, por sua vez, referem-se às experiências subjetivas reportadas pelos indivíduos, incluindo suas queixas e narrativas, ou seja, o conjunto de vivências que o sujeito experimenta e comunica (1).

Abordagens alternativas na literatura médica propõem uma distinção nosológica entre sintoma e sinal. Nessa perspectiva, os sintomas são categorizados em objetivos (aqueles passíveis de observação pelo examinador) e subjetivos (os quais são percebidos exclusivamente pelo paciente). Os sinais, por outro lado, são conceituados como indicadores elementares de patologias, ativamente eliciados pelo profissional de saúde durante o exame físico, como exemplificado pelo sinal de Romberg ou o sinal de Babinski (1).


Divisões da Semiologia

A semiologia, abrangendo tanto a esfera médica quanto a psicopatológica, subdivide-se em duas áreas fundamentais: a semiotécnica e a semiogênese (1).

  • A semiotécnica compreende os métodos e procedimentos específicos empregados na observação e coleta de sinais e sintomas, bem como na sua descrição detalhada (1). No contexto dos transtornos mentais, a semiotécnica prioriza a entrevista clínica direta com o paciente, complementada por informações obtidas junto a familiares e outros indivíduos do seu círculo social (1).
  • A semiogênese, em contrapartida, constitui o domínio dedicado à investigação da etiologia, dos mecanismos fisiopatológicos subjacentes, da significância e do valor diagnóstico e clínico dos sinais e sintomas (1).

Adicionalmente, observa-se na literatura o emprego do termo propedêutica médica. De maneira ampla, o termo propedêutica é utilizado em diversas áreas do conhecimento para designar o ensino introdutório dos saberes basilares indispensáveis ao estudo subsequente de uma ciência ou filosofia (1).


Referências Bibliográficas

  1. Dalgalarrondo P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. Porto Alegre: Artmed; 2019.